Sindicatos querem que benefício também vá para qualificação profissional

Os sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de São Paulo também estão querendo que o governo federal destine para qualificação profissional parte do investimento que as montadoras beneficiadas pela redução do IPI são obrigadas a fazer em inovação tecnológica.

A MP que concede a isenção de IPI determina que a montadora beneficiada pela medida destine 0,5% de seu faturamento em inovação tecnológica. Estimativas baseadas em dados da Anfavea (a associação das montadoras) calculam que esse valor pode atingir cerca de R$ 1 bilhão em 2011.

O Sindicato entende que inovação tecnológica automotiva não é apenas colocar novos componentes em modelos de veículos antigos, mas, sim, um sistema complexo que envolve o desenvolvimento completo do automóvel, passando pelo design, projeto, desenvolvimento dos moldes e ferramentas até chegar a produção e que tudo isso não acontece sem trabalhadores qualificados.


Sérgio Nobre e Miguel Torres. Foto: Rossana Lana / SMABC

Metalúrgicos são a favor de novas fábricas
O governo federal elevou o índice de conteúdo nacional dos veículos de 60% para 65% em agosto passado. A medida é parte do Plano Brasil Maior, que aumentou em 30% o IPI para carros importados.

“Apoiamos as medidas porque elas garantem que o aumento das importações de veículos não causem desemprego nem desindustrialização do setor”, afirma o presidente dos metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

Para o presidente dos metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, é preciso fazer ainda mais para enfrentar o crescimento das importações de veículos. “Somente em 2010, a compra de veículos no exterior impediu que 105 mil empregos fossem gerados no setor automotivo em todo o Brasil”, destaca o dirigente.

Ambos alertam que os metalúrgicos não são contra a instalação de novas montadoras no País. Todas são bem vindas, desde que sigam produzindo e trazendo tecnologia, inovação, bons empregos e não apenas montando veículos.

SAIBA MAIS
Metalúrgicos do ABC e de São Paulo querem 36% de conteúdo regional nos veículos:
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Da Redação