Sindipeças sobre déficit crescente e ex-tarifário: “Sinal de alerta”
Uso intensivo desse regime por parte das montadoras, como é o caso da chinesa GWM, contribui para o aumento das importações
Em desempenho que reflete a perda de dinamismo das exportações e o avanço consistente das importações, o déficit comercial das autopeças brasileiras não para de crescer. Atingiu US$ 1,42 bilhão em setembro e no ano chega a US$ 11,8 bilhões, alta de 21,7% sobre os US$ 9,7 bilhões dos primeiros nove meses de 2024.
Em relatório sobre o tema, o Sindipeças diz que “o avanço do déficit comercial do setor acende um sinal de alerta para indústria de autopeças, sobretudo pelo uso intensivo de ex-tarifário”. Regime especial que reduz temporariamente o Imposto de Importação (II) para produtos sem equivalentes nacionais, o ex-tarifário visa estimular a modernização e competitividade da indústria brasileira.
Em período de novas tecnologias e chegada de novas montadoras ao País, o ex-tarifário vem sendo cada vez mais utilizado no setor. A chinesa GWM, por exemplo, é uma das estreantes que vem usando este sistema para montar veículos no Brasil a partir deste segundo semestre. Segundo revelou o diretor de Assuntos Institucionais, Ricardo Bastos, por conta desse regime a empresa paga só 2% de tarifa em 60% das peças importadas.
As compras de autopeças na China, que lidera o ranking das importações, registram crescimento expressivo de 19,6% em 2025, com total de US$ 3,3 bilhões este ano, ante os US$ 2,7 bilhões de janeiro a setembro do ano passado. As importações totais este ano atingiram US$ 18 bilhões, crescimento de 16,1% sobre os US$ 15,5 bilhões do mesmo período de 2024. As exportações também evoluíram até setembro, mas em índice menor, de 6,7%, de R$ 5,8 bilhões para US$ 6,2 bilhões.
Do AutoIndústria