Sistema de proteção ao emprego será defendido em Brasília
Os cinco grandes ramos industriais da Central - metalúrgicos, químicos, vestuário, alimentação e construção - concordaram com a proposta apresentada pelo presidente do Sindicato, Rafael Marques, e a apresentarão hoje, em Brasília, ao ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges.
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, defendeu o SPE no encontro do macrossetor
“O Sistema de Proteção ao Emprego caberia como uma luva no momento atual da indústria brasileira”. A afirmação é do presidente do Sindicato, Rafael Marques, que participou ontem do encontro do Macrossetor da Indústria, promovido pela CUT, em São Paulo.
Durante o evento da CUT, a criação do SPE recebeu o apoio das cinco confederações nacionais, afiliadas à Central – metalúrgicos, químicos, vestuário, alimentação e construção.
Para o presidente dos Metalúrgicos do ABC, se o Brasil tivesse um sistema como o já existente em diversos países, como a Alemanha, a situação dos trabalhadores seria diferente da atual.
“Estamos vendo esse momento de desaceleração da produção colocar muitos pais de família em lay-offs, férias coletivas e banco de horas. Tudo isso poderia ser evitado se o País já tivesse adotado o Sistema de Proteção ao Emprego”, analisou.
Segundo Rafael, o sistema é uma salvaguarda para situações de desaquecimento no mercado e assegura que o nível de emprego seja mantido.
“O Sindicato defende que o governo federal crie um fundo capaz de garantir os empregos em tempos de baixa, como o que vivemos ou em crises, como a enfrentada pelos países europeus”, explicou.
O Sistema de Proteção ao Emprego possibilitou a redução do impacto social que uma situação como essa pode provocar. “Não é por acaso que a Alemanha foi o país que menos perdeu postos de trabalho durante a crise europeia”, prosseguiu.
Rafael ainda defendeu durante o encontro que o País elabore uma política econômica que impulsione o parque industrial brasileiro.
“O Brasil precisa estruturar um plano da classe trabalhadora para dar conta da pauta econômica, que esteja ancorado em uma política consistente para a indústria”.
O dirigente destacou que o momento de desaceleração atual requer medidas urgentes para reverter a situação, pois ela põe em risco os empregos.
“Precisamos garantir o conteúdo nacional nas aquisições de setores que recebem financiamentos do BNDES, como o da mobilidade urbana e da Petrobras, para avançar também na estruturação das cadeias produtivas”, disse.
Para ele, é fundamental que os exemplos do setor automotivo, com a política do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, e do naval, com o Plano Brasil Maior, cheguem aos demais setores da indústria.
“Com esse encontro, a CUT proporciona uma troca de experiências para a formulação de políticas de incentivos que progridam para outras cadeias produtivas”, defendeu Rafael.
Sindicato trabalha por recuperação da indústria no 2º semestre
Durante o encontro do Macrossetor da Indústria, promovido pela CUT em São Paulo, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, destacou a necessidade de retomar o crescimento da indústria automotiva no Brasil.
“Estamos trabalhando fortemente para que a atual situação de retração se reverta no segundo semestre, a indústria volte a crescer e o nível de emprego seja recuperado em toda cadeia produtiva”, disse.
Segundo o presidente, dois pontos são essenciais para destravar o setor, que tem afetado diretamente as autopeças.
“Temos que equacionar o acordo com a Argentina, que diminuiu suas importações do Brasil, e resolver a escassez de crédito na aquisição de veículos, que também está freando a produção”, explicou.
Para Rafael, apesar disso, o ambiente econômico aponta para uma retomada e os empresários do setor têm manifestado otimismo para o próximo período.
“Vamos apresentar esse raio-x do setor para o governo federal e buscar algumas medidas, como a implantação do Inovar-Peças, que é uma política de incentivos fiscais para o segmento”, concluiu.
Da Redação