Só mobilização acaba com nepotismo
Apesar da má vontade do presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcante, o projeto que proíbe o nepotismo foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e terá uma tramitação normal na Casa.
O projeto proíbe a contratação de parentes até segundo grau nos três poderes da União, dos Estados e dos municípios.
O relator do projeto na CCJ, deputado Sérgio Miranda (PCdoB), acredita que a pressão popular vai garantir a sua aprovação.
“É como se os brasileiros estivessem dando um basta, dizendo chega de nepotismo”, avaliou ele.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, quer a proibição da contratação de parentes em todo o País.
Ele disse que na década de 90, quando era deputado, apresentou projeto nesse sentido que foi rejeitado pela Câmara Federal.
Para Jobim, a pressão popular tem de continuar pois, se os deputados e senadores quisessem, poderiam proibir o nepotismo através de soluções administrativas e mudança nos regimentos internos.
Pressão também no ABC
Caso esse projeto seja aprovado, ele vai colocar fim nos 49 casos de nepotismo entre 34 vereadores aqui do ABC, que defendem a prática.
Já na semana passada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB, seção paulista, decidiu criar uma comissão para combater a contratação de parentes.
Na região, as subseções da OAB também se movimentam com o objetivo de sugerir a adoção de leis municipais impedindo o nepotismo ou então fortalecer a aprovação do projeto em Brasília, que vale para todo o País.
“Esta mobilização é um reflexo da sociedade, que não admite mais esse abuso”, destacou o presidente da OAB de Santo André, Sinésio Corrêa.