Só mobilização defende trabalhador

A reforma sindical encaminhada para o Congresso Nacional não é a ideal para os trabalhadores, mas representa o consenso que foi possível construir sobre as mudanças necessárias para a estrutura sindical após um ano e meio de discussões entre governo, centrais sindicais e empresários.

Do resultado, cerca de 95% do que está na reforma não deve provocar maiores polêmicas na votação, mas será necessária uma firme e enérgica mobilização dos trabalhadores para garantir que os 5% restantes do projeto de reforma sindical, como é o caso da organização no local de trabalho seja mantida pelo Congresso Nacional.

Esta é a principal conclusão do debate sobre reforma sindical que reuniu na segunda-feira à noite, na Sede do Sindicato, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, e os membros da executiva da CUT Nacional, Arthur Henriques e Paschoal Carneiro, este também da Corrente Sindical Classista. 

Tempo

Não houve unanimidade entre os debatedores, contudo, se este foi o melhor momento de enviar o projeto ao Congresso. Carneiro acredita que ainda é cedo. Já o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, Berzoini e Henriques acreditam que a hora é agora.

“Na fundação da CUT disseram que não era o momento de organizar uma central, mas organizamos”, lembrou Henriques. “Já na década de 80 falaram que não era o momento de avançar a reforma sindical porque precisávamos lutar contra a ditadura e na década de 90 porque a luta era contra o neoliberalismo”, prosseguiu o dirigente cutista.

“Se agora, com Lula na Presidência da República, também não é o momento, quando será?”, perguntou. Berzoini respondeu que o momento era agora, garantindo que os direitos dos trabalhadores não correrão riscos se a opinião pública for convencida da justeza da reforma.

“Essa deve ser nossa preocupação, pois a reforma trabalhista só será discutida após a votação da reforma sindical”, assegurou.