Sócio da VTCLog não explica altos saques feitos por motoboy
Ontem a CPI da Covid recebeu Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog, empresa contratada pelo Ministério da Saúde para armazenar e distribuir as vacinas contra a Covid-19.
A VTCLog presta serviços para o Ministério da Saúde desde 2018, na época quem geria a pasta era o deputado Ricardo Barros (PP-PR), também investigado pela Comissão.
Raimundo Nonato chegou à CPI com um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que lhe garantia o direito ao silêncio. Quando questionado sobre os pagamentos realizados com dinheiro vivo pelo motoboy da empresa, Renato não explicou o motivo. No total, foram realizados saques no valor de R$ 4,7 milhões, sendo que o maior foi de R$ 430 mil de uma única vez.
Contratos sem licitação
Durante o depoimento foram apresentados pelos senadores oito contratos que a VTCLog tinha com o Ministério da Saúde, feitos sem o processo de licitação. Esses contratos renderam um total de R$ 335,3 milhões para a empresa entre 2016 e 2018, quando o ministro da Saúde era Ricardo Barros, atualmente lÃder do governo Bolsonaro na Câmara.
De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), uma outra empresa havia ganhado a licitação para a prestação destes serviços, entretanto, foi desclassificada para que a VTCLog assumisse os contratos. O sócio da VTCLog ainda admitiu que possui um contrato com o Ministério da Saúde no valor de R$ 97 milhões por ano e que houve um aditivo de 80 milhões por conta da pandemia.
No fim da tarde, a diretora-executiva da VTCLog, Andreia Lima, também falou e afirmou que Roberto Dias era o contato da empresa na pasta e que por isso há registros de telefonemas entre os dois.
Bolsonaro no relatório
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Bolsonaro será indiciado no relatório pela condução do enfrentamento a pandemia. Além do presidente, ministros e integrantes do gabinete paralelo também irão responder por crime de responsabilidade, contra a vida e crime contra a humanidade.
Depoimento de hoje
Os parlamentares recebem hoje os médicos George Joppert, Andressa Joppert e Walter Correa de Souza Neto. Os três fazem parte do grupo que denunciou as irregularidades que operadora de saúde Prevent Senior cometeu durante a pandemia.
Com informações da Rede Brasil Atual