Solidariedade aos metalúrgicos na Gerdau
O conflito entre uma subsidiária do grupo brasileiro Gerdau e os 270 trabalhadores de sua planta no Texas, nos coloca numa situação inédita no campo da solidariedade internacional.
Desta vez, são os metalúrgicos brasileiros, representados pela CUT e Força Sindical, que se deslocam para o território americano para engrossar as fileiras do poderoso sindicato nacional dos trabalhadores da indústria do aço, o USW (United Steel Workers), na mobilização pela negociação das demandas dos companheiros americanos.
Invertem-se a situação e os papéis: desta vez a matriz da empresa internacional tem sede no país em desenvolvimento e são os trabalhadores da periferia que prestam solidariedade aos trabalhadores do centro desenvolvido.
Hoje, é uma empresa brasileira que é acusada pelo movimento sindical americano de querer provocar distorções no mercado de trabalho do seu país. O que explica esta nova realidade?
A Gerdau é a quarta maior empresa do setor de aços nos EUA. A planta em Beumont, Texas, foi adquirida junto com outras unidades em novembro de 2004 pelo Grupo Gerdau.
No momento da aquisição, os trabalhadores da Beumont estavam protegidos por um contrato de trabalho que se expirou em março. Sem renovação do acordo, os trabalhadores estão impedidos de trabalhar.
Apesar de ter fechado o ano passado com um lucro de 337,7 milhões de dólares (1 bilhão de reais), a Ameristeel quer fazer um corte de 24% nos salários dos novos contratados e de até 30% nos pagamentos de férias, além de reduzir o valor das horas extras. A empresa justifica os cortes como necessários para manter sua competitividade internacional.
Será que o desfecho deste conflito trará também novas lições para os trabalhadores no campo da solidariedade internacional?
Departamento de Formação