Solidariedade internacional: União contra reestruturações e demissões
Encontro entre trabalhadores do setor automotivo do Mercosul e da União Européia está discutindo formas de solidariedade à luta dos trabalhadores na Volks.
A luta de resistência dos trabalhadores na Volks está sendo um dos principais assuntos do Encontro Mercosul – União Européia do Setor Automotivo.
A reunião começou ontem reunindo 60 dirigentes sindicais da Espanha, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil.
Transnacionais – “O encontro pretende unificar os trabalhadores do setor automotivo frente ao atual ciclo de reestruturação em escala mundial”, disse Valter Sanches, secretário de organização da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
Ele lembrou que o setor automotivo é dominado por empresas transnacionais, o que nos leva a ter uma intervenção articulada internacionalmente.
Volks – “A saída é buscar parcerias com os trabalhadores do setor para fazermos uma luta conjunta”, comentou.
Sanches disse que durante o seminário serão discutidas formas de solidariedade aos trabalhadores na Volkswagen.
“A unidade dos trabalhadores é a melhor forma de enfrentarmos as transnacionais do setor, que querem colocar os trabalhador disputando entre si para poder impor a redução dos direitos”, afirmou Sanches.
Espanhóis dão exemplo de resistências vitoriosas
“A saída é a mobilização e união dos trabalhadores”, disse ontem Alfonso Rodrigues, do Sindicato das Comissões Obreras da Espanha, um dos participantes do encontro.
Ele comentou que o seminário é o local ideal para a troca de informações e a tomada de decisões. Alfonso citou como exemplo a luta do pessoal da fábrica da Volks em Navarra, que queria impor redução de direitos nas negociações do contrato coletivo.
As negociações duraram 18 meses até que a empresa avisou que deixava a mesa de negociação, ameaçando levar o novo modelo do Polo para outro país europeu.
Os trabalhadores iniciaram intenso processo de mobilização até que a direção da empresa recuou, anunciando o retorno às negociações: “Esse é um exemplo de como devemos fazer o enfrentamento”.
Saída é a solidariedade
“No mundo global o enfrentamento dos trabalhadores tem de se dar de forma global”, disse Carlos Guerrero, do comitê espanhol dos trabalhadores na GM.
Ele contou que na cidade de Zaragoza a Opel (marca da GM) queria piorar contratos de trabalho já assinados, ameaçando levar para outra fábrica um novo modelo de carro.
“Iniciamos um processo de resistência, inclusive com participação da Coordenação Sindical Européia, e assim garantimos o novo produto”, explicou.
“A solidariedade é o caminho para enfrentar as estratégias das transnacionais. A competição é muito ruim para os trabalhadores”, comentou.