SP reduz à metade bônus de professores

A bonificação paga ontem pela Secretaria Estadual da Educação aos professores da rede pública – determinada pelo desempenho dos alunos – caiu pela metade em relação ao ano passado. O valor pago a 190 mil funcionários, de 3.778 escolas – 75% das 5.019 unidades estaduais – foi de R$ 340 milhões. Em 2010, foram concedidos R$ 655 milhões.

A diminuição do valor pago se deve, principalmente, à queda do desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e à grande rotatividade de professores. Na comparação com o ano passado, o número de escolas que não receberam o bônus triplicou. Em 2010, 510 colégios (9,9% do total) ficaram sem a bonificação. Neste ano, foram 1.474 escolas, o que representa 29,1% da rede pública do Estado. O cálculo do índice de cumprimento de metas corresponde à soma de quanto cada escola pública do Estado atingiu de sua meta de desempenho.

Desempenho
As escolas do extremo da zona leste da capital têm as piores médias de desempenho de estudantes da cidade. A diretoria chamada Leste 2, que reúne 90 escolas de bairros como Itaim Paulista, Guaianases, Itaquera, Lajeado, São Miguel e Vila Curuçá, obteve 0,278 no índice de cumprimento de metas estabelecido pela pasta estadual da Educação. O índice é cerca de metade do que obteve uma área nobre da própria zona leste – bairros como Belém, Tatuapé, Carrão e Vila Formosa conseguiram 0,469 – e bem abaixo da pontuação da chamada Norte 2. Essa última diretoria congrega escolas de bairros como Jaçanã, Mandaqui, Tremembé e Tucuruvi, que alcançaram 0,6 – o melhor desempenho da capital. A leitura geral dos dados mostra que, quanto mais periférico o bairro, mais baixo é o rendimento dos estudantes.

Interior
A menor média de desempenho foi mapeada no interior. A diretoria de ensino de Itararé, a cerca de 280 quilômetros da capital, conseguiu apenas 0,190 no índice. Sertãozinho também está no final da lista, com 0,201. Já a cidade de Taquaritinga foi a diretoria de ensino que conseguiu o melhor desempenho estadual. Lá, o índice alcançado foi de 0,823. “A meta torna a escola mais objetiva, mas é preciso ver se o que pedem é plausível”, afirma Ocimar Avelarse, da Faculdade de Educação da USP.

Do Jornal da Tarde (Ocimara Balmant)