Stellantis enfrentará greve na Itália em outubro e não é por conta de salários

A Stellantis está enfrentando cada vez mais problemas na Itália, país de origem de uma das sócias fundadoras do grupo, a Fiat. A pressão sobre a empresa, vinda até agora essencialmente do governo de Giorgia Meloni, ganhou adesão. Diante da queda na produção no primeiro semestre, os trabalhadores da Stellantis na Itália convocaram uma greve geral na empresa no dia 18 de outubro. Os funcionários protestam pelo desempenho reduzido da montadora este ano.

O movimento ainda teria o apoio de empregados dos fornecedores da Stellantis e isso pode ser um combustível para o governo italiano colocar mais carga sobre o grupo, sediado na Holanda. O sindicato FIM-CIS apontou um declínio de 25% na produção de veículos na península, cujo governo busca uma produção nacional de pelo menos 1 milhão de carros anualmente. Rocco Palombella, do sindicato UILM, disse em uma entrevista no dia 24 de setembro: “A situação é ruim, muito ruim”.

Na Stellantis, as fábricas italianas tiveram interrupções para ajustar a produção à demanda no período. Com a queda nas vendas, a empresa decidiu reduzir o ritmo e assim o volume caiu para evitar grandes estoques. Em decorrência, uma parte do quadro teve que ficar em casa com salários pagos por um fundo público. Carlos Tavares, CEO da Stellantis, afirmou recentemente que o grupo estava trabalhando para não fechar fábricas como o concorrente Volkswagen.

Ainda assim, a situação no grupo internacional não é das melhores em uma de suas casas. Meloni pressiona a Stellantis há algum tempo, exigindo do grupo uma meta de produção que atenda aos anseios do governo e está fazendo de tudo para conseguir isso, usando inclusive uma lei de direitos de uso de nomes nacionais. Além de ferrenhas críticas, também aperta do outro lado, ao convidar marcas chinesas para se estabelecer na Itália e até ceder aos chineses, nomes de extintas marcas italianas sob a Stellantis, como Innocenti e Autobianchi, por exemplo.

Do Notícias Automotivas