Stellantis fecha a fábrica de motores no Paraná

“Precisamos urgentemente discutir política industrial não só para quatro anos, mas para os próximos 30 anos”, afirmou o secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.

Foto: Divulgação

A Stellantis, controladora das marcas Fiat, Peugeot, Jeep e Citroën, anunciou o fechamento da fábrica de motores de Campo Largo, no Paraná, planta que tinha cerca de 200 trabalhadores. A produção ficará concentrada em Betim (MG). O secretário-geral da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Loricardo de Oliveira, criticou a falta de políticas industriais no país e reforçou a importância da participação dos trabalhadores nos debates.

“O encerramento da produção na planta no Paraná é o exemplo da urgência de os trabalhadores serem protagonistas na industrialização do país. É necessário que os trabalhadores estejam atentos e prontos para essa discussão. Essas mudanças das empresas são planejadas e organizadas, com a falta de investimentos em tecnologia e inovação e a produção vai ficando obsoleta”, alertou.

O dirigente destacou ser fundamental os trabalhadores pautarem o desenvolvimento nas discussões. “Acordos e convenções coletivas devem servir como um guarda-chuvas para garantia não só de direitos, mas também de futuro. É preciso ter esse olhar para a manutenção dos empregos”.

Fotos: Adonis Guerra/SMABC

Loricardo reforçou ainda que a falta de uma política industrial no Brasil habilita a empresa a agir de acordo com a sua lucratividade. “Ao individualizar a estratégia, isso prejudica não só os trabalhadores na planta, mas toda a comunidade local. E os trabalhadores devem discutir política industrial, com conteúdo local e produtos feitos aqui no país, que não sejamos apenas exportadores de commodities, mas de manufaturas e produtos acabados”.

“Esse é o desafio e o caso da Stellantis é exemplo de que a política industrial precisa ser articulada com os estados, setor empresarial, academia e trabalhadores. Precisamos urgentemente discutir política industrial não só para quatro anos, mas para os próximos 30 anos”, concluiu.