Stellantis promete investir na Itália na busca por se aproximar de Roma
A Stellantis prometeu investir € 2 bilhões na Itália no ano que vem e aumentar a produção de carros no país, já que busca reparar suas relações com o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni depois das fortes divergências sobre como lidar com a crise cada vez mais profunda do setor automobilístico da Europa.
Em uma mesa redonda com vários ministros de Meloni em Roma, Jean-Philippe Imparato, chefe das operações da Stellantis na Europa, disse que Roma e a empresa deveriam parar de trabalhar como se seus propósitos fossem opostos. “Chegou a hora de nós, da Stellantis, nos unirmos à Itália para confrontar os desafios à sobrevivência por que passamos e que têm sido subestimados por alguns na Europa”, disse Imparato aos ministros, de acordo com pessoas presentes.
O anúncio das promessas foi feito enquanto o presidente da Stellantis, John Elkann, que é membro da dinastia industrial Agnelli da Itália, trabalha para retomar as relações entre a única grande montadora da Itália e o governo de Meloni, depois da demissão do CEO Carlos Tavares. Sob o comando de Tavares, a Stellantis e o governo de direita de Meloni entraram em conflito intenso a respeito de como sustentar o setor automobilístico da Itália, que passa por dificuldades e responde por cerca de 250 mil empregos no país e mais de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Mais tarde na própria terça-feira, Imparato advertiu que revitalizar o setor seria uma tarefa desafiadora, mas insistiu em que a empresa estava comprometida com a Itália e levaria novos modelos de grande volume – entre eles híbridos de maior demanda – para as fábricas italianas. O ministro da Indústria da Itália, Adolfo Urso, anunciou que o governo de Meloni destinaria € 1 bilhão para ajudar a indústria automobilística, mas não para sustentar as compras de carros por consumidores, e sim por meio de fundos especiais para ajudar empresas e para inovações.
Do Valor Econômico