Stellantis só fará carros elétricos no Brasil com apoio do governo

Plano da Stellantis envolve focar em veículos a combustão no Brasil e na América Latina enquanto não há incentivos do governo para viabilizar produção

Não é novidade que as fabricantes de veículos no Brasil consideram a eletrificação um plano futuro. Dessa vez, o CEO da Stellantis foi mais enfático e ponderou que a planejamento só terá sucesso se também for interesse do governo. De acordo com Carlos Tavares, um dos maiores impasses em produzir e trazer toda uma linha de produção de carros eletrificados para países da América Latina é a procura por tais veículos.

Como já sabemos, veículos híbridos e elétricos são mais caros. Como consequência, a população da região não tem poder de compra para absorver altos volumes desse segmento que justifique um enorme investimento. Além disso, Carlos reitera que, em uma época em que montadoras precisam lidar com um cenário economicamente instável, depender da eletrificação é muito arriscado. Por enquanto, é melhor focar na alta produção de veículos rentáveis.

Uma solução plausível para os mercados latino-americanos, segundo o executivo é a “a opção de melhorar as emissões com o aperfeiçoamento dos motores a combustão interna e uso de biocombustíveis”. Algo que já ocorre no Brasil. No entanto, se os governantes quiserem trazer a eletrificação do mesmo modo que ocorre na Europa ou na China, será necessário esforços políticos. “Políticas nacionais também precisam assegurar a liberdade de mobilidade de acordo com as aspirações de seus cidadãos”.

Por enquanto, poucos clientes optam por gastar R$ 150, R$ 200 mil em um carro elétrico. Esse é um dos principais questionamentos de Carlos em nível mundial. Embora o avanço da tecnologia procure baratear a bateria de um carro elétrico, a maioria da população mundial ainda não pode pagar esse alto preço.

Do Jornal do Carro