Superexploração: AL tem mais de 1 milhão de escravos
O trabalho escravo na América Latina e no Caribe explora mais de 1,3 milhão de pessoas. O número foi divulgado ontem pelo consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o antrópologo Eduardo Bedoya Garland, durante a Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que se encerra hoje em Porto Alegre.
Segundo Bedoya, em países países como a Bolívia, Paraguai e Peru, a população indígena é a mais submetida ao trabalho escravo.
No Peru, o problema está localizado na extração de madeiras na Amazônia peruana, onde existem cerca de 20 mil índios nessa situação.
Bedoya Garland denunciou que a situação do trabalho escravo no Peru chegou a tal ponto que os “gatos” (pessoas que aliciam a mão-de-obra escrava) aprisionam famílias inteiras de índios para forçá-los ao trabalho, em períodos que duram de seis meses a um ano.
Na Bolívia, a exploração do trabalho escravo ocorre principalmente na agricultura canavieira e faz com que os índios cumpram uma jornada diária de até 12 horas de trabalho.
Quando não conseguem realizar a tarefa estipulada são castigados.
No Paraguai, os índios guaranis são as maiores vítimas da exploração, principalmente nas grandes fazendas.