SUR conquista fim de PJ na Scania
A montadora assinou a carteira de 36 trabalhadores contratados precariamente como Pessoas Jurídicas, as PJs.
A direção da Scania
anunciou nesta semana a
efetivação das 36 Pessoas
Jurídicas (PJs) na fábrica de
São Bernardo.
As contratações
são resultado
da pressão exercida
pelo Sindicato e
pelo SUR – Sistema
Único de Representação,
já que as PJs
representam a precarização
do trabalho,
principalmente
na área administrativa.
“Todas as PJs identificadas
agora estão com
carteira assinada, pois essa
é a relação de trabalho que
garante os direitos dos trabalhadores”,
disse Daniel Calazans, coordenador do
SUR na Scania.
“Sem carteira assinada
o trabalhador fica sem
os direitos da CLT e sem
a proteção social da convenção
coletiva”, lembrou
Calazans.
Ele comentou que, depois
do mapeamento feito
pelos representantes sindicais,
o SUR notificou a empresa,
que ficou de estudar
o assunto e buscar soluções
para o problema.
Sindicato fez campanha – No ano passado, o Sindicato
desencadeou a campanha
Não caia nessa arapuca para
denunciar o trabalho
precário e
exigir a carteira assinada.
A inspiração
para a campanha
nasceu a partir da
mobilização para
que o Congresso mantenha
o veto do presidente Lula
à emenda 3, que permite
a contratação de trabalhadores
na forma de Pessoa
Jurídica.
A PJ está prevista na
legislação para profissionais
que prestam serviços esporádicos,
mas a emenda 3 abre a
possibilidade para que todos
os trabalhadores sejam contratados
dessa forma.
A Scania, acabando com
as PJS, segue o caminho da
Mercedes, que em novembro
do ano passado tomou atitude
semelhante.
O Sindicato e as representações
vão continuar a
pressão sobre as empresas
da região, com destaque
para a Volks e a Ford, que
ainda mantém esse tipo de
contratação.
Mesma pauta é do Comitê da Volks
O fim das PJs na Volks
também está na mira do
Comitê Nacional dos Trabalhadores
na montadora,
que se reuniu ontem.
“A contratação de PJs
é generalizada em todas as
plantas, trazendo os mesmos
problemas de precarização”,
disse Valdir Freire,
o Chalita, do Comitê.
Segundo ele, essa discussão
já foi apresentada à
Volks e feita também uma
denúncia ao Ministério Público
do Trabalho.
Além deste assunto, foi
também pauta da reunião de
novos investimentos e produtos
e assuntos pontuais
de cada planta. Participaram
representantes das fábricas
de Taubaté, São Bernardo,
São Carlos e Curitiba.