Suspensa ocupação na Boainaim

A fábrica de São Bernardo do Campo foi ocupada na manhã de quarta-feira (23) para forçar uma negociação com a direção da empresa sobre o pagamento das verbas rescisórias dos 85 trabalhadores demitidos da unidade de Jandira (interior do estado) e 35 da unidade do ABC

Após quase oito horas de ocupação, os trabalhadores demitidos na Boainaim decidiram suspender a ação até pelo menos a próxima segunda-feira (28).

A fábrica de São Bernardo do Campo foi ocupada na manhã de quarta-feira (23) para forçar uma negociação com a direção da empresa sobre o pagamento das verbas rescisórias dos 85 trabalhadores demitidos da unidade de Jandira (interior do estado) e 35 da unidade do ABC. A ocupação, iniciada às 8h da manhã, foi acompanhada por dirigentes do Sindicato dos Químicos do ABC e do Sindicato dos Químicos Unificados. Entre os demitidos das duas unidades encontram-se cipeiros, dirigentes sindicais e trabalhadores sob tratamento médico por motivos ocupacionais.

A decisão de suspender o protesto foi tomada em assembleia após a comissão de trabalhadores e dirigentes sindicais ser recebida pela empresa e seus advogados em uma reunião iniciada por volta do meio-dia e encerrada às 15h.

Segundo o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Antonio Odésio, a direção da Boainaim mostrou à comissão que todos os bens, dívidas e credores estavam no Pedido de Recuperação Judicial – a antiga concordata – que corre na 9º Vara Civil de São Bernardo, o que tornava impossível qualquer tipo de pagamento aos trabalhadores. “Eles disseram que seria necessário esperar a decisão do juiz e caso seja aceito o pedido, os trabalhadores serão os primeiros a receberem os valores referentes aos 40% da multa do FGTS e as verbas rescisórias”, conta Odésio.

O diretor informa que a empresa também sugeriu aos trabalhadores que entrassem com processo judicial pedindo alvará para liberação do FGTS e do seguro desemprego.

Em assembleia, os trabalhadores decidiram suspender a ocupação até a próxima segunda-feira – 28/09 – quando se reunirão com os advogados dos sindicatos para saberem se há alternativas melhores.

Do Sindicato dos Químicos do ABC