Tarifaço afeta negócios, reduz margens e projeções

De janeiro a julho as exportações de autopeças para os Estados Unidos somaram US$ 730,4 milhões, recuo de 5,8% diante do mesmo período do ano passado, quando totalizaram US$ 775,5 milhões. Ainda assim o destino ocupa a segunda posição do ranking, com fatia de 15,4%, atrás somente da Argentina, com 38,2%. Neste período, porém, o tarifaço do presidente estadunidense Donald Trump ainda não estava efetivo.

Tudo indica que o tombo será ainda maior no acumulado dos oito meses do ano, de acordo com dados divulgados pelo Sindipeças, reflexo da medida que vigora há pouco mais de um mês. Segundo informações da subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC somente no mês passado as exportações da base da entidade para os Estados Unidos caíram 63,7% frente a agosto de 2024, com destaque para São Bernardo do Campo, em que a retração alcançou 69,5%.

A nota técnica mostra que, apenas de janeiro a agosto, estas exportações encolheram US$ 60 milhões, o que inclui produtos de alto valor agregado, como máquinas ferramenta, componentes automotivos e itens metalúrgicos – os mais afetados. No ano passado a região exportou cerca de US$ 750 milhões para os Estados Unidos, sendo 78% ligado à indústria metalúrgica.

Uma das empresas que estão sentindo o baque do tarifaço no ABC Paulista é a Polimold: 25% do que exporta aos Estados Unidos é dedicado ao setor automotivo, o que é representado por sistemas de injeção com câmara quente fabricados em São Bernardo. Embora a exportação para os Estados Unidos corresponda a menos de 10% do total e, deste volume, 20% refiram-se à indústria automobilística, conforme destrinchou o coordenador de vendas técnicas da Polimold, André Barrant, a companhia já iniciou busca por outros sistemistas em mercados na América Latina, Europa e Ásia.

Da AutoData