Tarifaço bancário: Bancários querem subvenção de estudos
O Sindicato dos Bancários de São Paulo quer um pedaço do que os bancos ganham com a cobrança das tarifas para subvencionar o estudos da categoria.
“Muitos bancos utilizam sua receita com tarifas para manter toda a folha de pagamento. E ainda sobra um troco milionário. Mas os banqueiros não investem nada desse dinheiro para benefício dos seus funcionários”, disse o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Segundo dados da Subseção Dieese/Bancários, se cada um dos 22.796 bancários do Itaú que estivesse cursando uma faculdade gastasse R$ 524,25 com as mensalidades, a instituição teria que retirar 0,23% do que arrecadou com tarifas em 2003, mais de R$ 5 bilhões. Se o banco bancasse apenas 50% da bolsa, esse número cairia para 0,12%.
Pouco investimento
No caso do Bradesco, por exemplo, que faturou com tarifas mais de R$ 3 bilhões em 2003, apenas 0,43% dessa receita seria necessária para pagar a mensalidade integralmente dos mais de 26 mil trabalhadores que ainda não tiveram a oportunidade de completar o curso superior. Se o banco pagasse 50%, o índice cairia para 0,22%.
Já o Unibanco tinha em 2003 quase 16.300 bancários sem faculdade. Mas com mais de R$ 1,4 bilhão proveniente de tarifas, o banco gastaria apenas 0,60% para bancar as mensalidades.
“Os bancos pouco investem nos trabalhadores, enquanto sugam cada vez mais dos clientes e dos próprios bancários, já que alguns deles cobram tarifas dos seus funcionários. Só uma pequena parcela do lucro poderia acabar de vez com o número de bancários sem faculdade no currículo”, disse Marcolino.