Tarifaço de Trump tumultua logística e cria confusão em contratos de exportação

Mercado americano, antes conhecido pela estabilidade, agora traz incertezas e instabilidade de regras

O tarifaço do presidente Donald Trump lançou o caos na gestão das empresas que exportam para os Estados Unidos. Incertezas e instabilidade de regras, típicas da burocracia do Brasil, são vistos agora no mercado americano, antes conhecido pela estabilidade, relatam empresários, executivos, advogados e consultores ouvidos pelo GLOBO.

Após o anúncio da sobretaxa adicional sobre o Brasil, feito por Trump apenas numa rede social no início de julho, o cenário caótico passa pela logística, por dúvidas em relação às regras e aos contratos de fornecimento e por uma maior complexidade e burocracia — a lista de exceções, com quase 700 bens, lembra o emaranhado tributário brasileiro.

O brasileiro Luciano Bonaldo, sócio há mais de 30 anos da Netuno USA, empresa baseada na Flórida que importa em torno de 9 toneladas de pescado por ano, relata a surpresa com a instabilidade, em mensagem encaminhada ao GLOBO: — É difícil fazer planos com mais de uma semana de antecedência, porque não sabemos o que vai mudar. São muitas as dúvidas.

No campo jurídico, há incerteza sobre os contratos. As operações de comércio exterior são de longo prazo, com datas de entrega e preços. Segundo Giorgio Rossi, gerente da Firjan Internacional, divisão da entidade industrial fluminense voltada para o comércio exterior, a incerteza incorre em aumento de custos, e os exportadores terão que refazer seus planejamentos.

Do O Globo