Tarifas crescem 723% e metade dos bancários perde o emprego
Em 11 anos, o aumento das tarifas foi cerca de cinco vezes maior que a taxa de inflação e 10 vezes maior que o reajuste salarial dos bancários.
Tarifa cresce e desemprego aumenta
Entre 1994 a 2005, a receita dos bancos com as tarifas cresceu 723%. Enquanto isso, a despesa com pessoal aumentou 78%. A inflação acumulada no mesmo período pelo Dieese foi de 167%.
“Esses números traduzem o dia-a-dia de bancários e clientes. Os bancos cobram cada vez mais taxas e prestam um serviço cada vez pior, demitindo bancários e empurrando os usuários para o auto-atendimento.
O resultado são trabalhadores adoecidos pela pressão e clientes na fila e muito insatisfeitos”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino. Segundo ele, um terço da receita dos bancos é com prestação de serviços
Emprego – No mesmo período, a redução de postos de trabalho também assusta. Em 1994 havia mais de 570 mil bancários no País, hoje não chegam a 400 mil. No início da década de 90, o número de trabalhadores do setor passava de 800 mil.
Cada bancário, em 1993, era responsável por 67 contas-correntes. Em 2004, esse número já era de 184 contas por trabalhador. “Os bancos investiram muito em tecnologia informatização, mas também criaram novos produtos pelos quais o bancário é responsável. Então, a quantidade de trabalho só aumentou. E os clientes, claro, só têm mesmo é que reclamar”, diz o presidente do Sindicato.
Lucro – Os bancos, no entanto, não precisariam fazer tanta economia com a qualidade do atendimento. Os lucros do setor aumentaram 1.590% de 1994 a 2005.
Só no último ano, houve um crescimento de 36%. Dos R$ 21 bilhões em 2004 para R$ 28,3 bilhões em 2005.