Tarifas e fim de subsídios desaceleram indústria de baterias nos EUA

Empresas reconsideram grandes investimentos após disputa comercial com China, que lidera setor

A fabricação de baterias começou a decolar nos Estados Unidos nos últimos anos depois que o Congresso e o governo Biden ofereceram generosos incentivos ao setor. Mas esse crescimento agora parece estar estagnando à medida que o governo Trump e legisladores republicanos tentam restringir o acesso da China ao mercado americano.

Da Carolina do Sul ao estado de Washington, empresas estão desacelerando a construção de fábricas ou reconsiderando grandes investimentos para produção de baterias recarregáveis e os ingredientes necessários para fabricá-las. Um grande motivo é que as barreiras comerciais mais altas entre os Estados Unidos e a China estão fraturando relacionamentos entre fornecedores e clientes nos dois países.

Ao mesmo tempo, os republicanos estão buscando impedir que fabricantes de baterias com vínculos com a China, bem como aqueles que dependem de qualquer tecnologia ou materiais chineses, aproveitem os subsídios federais. O setor também está lidando com um mercado em desaceleração para veículos elétricos, que os republicanos e o presidente Donald Trump têm atacado.

As restrições relacionadas à China —incluídas na versão do projeto de política doméstica de Trump aprovada pela Câmara— dificultariam muito a operação de muitas empresas. A China é a principal fabricante mundial de baterias e produz quase todos os componentes necessários. O projeto de Trump destaca um dilema difícil. Os Estados Unidos querem criar uma indústria nacional de baterias e reduzir drasticamente sua dependência da China, mas a China já é tão dominante nesse setor que será difícil para os Estados Unidos se tornarem um produtor significativo sem trabalhar com empresas chinesas.

Da Folha de São Paulo