Taxa de juros: 0,25% é decisão tímida
O Copom (Conselho de Política Monetária) do Banco Central (BC) anunciou ontem no final da tarde o corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, a chamada taxa Selic, que estava em 16,5%. A redução é simbólica como admitiu o próprio BC.
“Foi uma decisão tímida”, criticou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, logo após conhecer a medida. “Mais uma vez faltou ousadia ao Banco Central”, completou. Ele só não ficou completamente decepcionado porque espera que a diminuição signifique a retomada da queda dos juros.
Durante todo o ano passado, o BC exerceu uma política ativa de constante diminuição da taxa. No final de 2003 ela já havia caído 10 pontos. Em 2004, contudo, o banco retomou um comportamento conservador e manteve os juros em 16,5% por dois meses seguidos (as reuniões do Copom acontecem a cada 30 dias).
Como ontem o BC cortou os juros em 0,25%, Feijóo torce para que este seja um sinal de retomada gradativa da queda constante das taxas. “Essa diminuição é um dos elementos fundamentais para a volta do crescimento econômico”, afirmou o presidente do Sindicato.
>> Ciclo virtuoso
Ele explica que com os juros altos, as empresas empregam o dinheiro na compra de títulos públicos porque o lucro é maior do que se aplicassem na produção. Isto acontece porque o percentual dos juros é o mesmo da remuneração dos títulos. Juros de 16,25% pagam 16,25% por ano para o dinheiro aplicado mercado financeiro.
Quando os juros estão baixos, a tendência das empresas é colocar o dinheiro na produção (comprando máquinas, contratando, melhorando o processo produtivo, renovando ferramentas etc) porque rende mais que a inflação. Sempre que isto acontece a roda da economia volta a girar.
Para aumentar a produção os empresários precisam de novos trabalhadores. Esses companheiros, que estavam desempregados e sem dinheiro, começam a receber um salário. Com grana no bolso eles voltam a comprar, provocando o aumento das vendas no comércio.