Taxa de juros alta prejudica trabalhadores e o país
Selic a 13,75% trava o desenvolvimento do Brasil e aumenta o endividamento das famílias enquanto bancos e grandes investidores ganham com juros
Com a manutenção da taxa básica de juros do país, a Selic, em 13,75% anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), o debate sobre quem se beneficia com juros altos no país foi intensificado. O presidente Lula criticou a decisão e defendeu que isso impede o crescimento do país enquanto meia dúzia de pessoas do Banco Central, indicadas pelo governo anterior, têm autonomia para decidir sobre a taxa de juros.
O diretor administrativo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, ressaltou que é importante que os trabalhadores estejam atentos ao debate.
“Essa discussão pode parecer muito distante das vidas das pessoas, mas ela afeta o dia a dia de todos os trabalhadores, desde o preço dos produtos que compramos até os juros que pagamos no banco”, destacou.
Menos investimentos no país
A cada 1% de redução da taxa, o governo deixaria de pagar R$ 38 bilhões em juros. Só no ano passado, o setor público pagou R$ 586 bilhões em juros.
“A alta taxa praticada pelo Banco Central retira dinheiro do governo que poderia ser investido em serviços públicos e programas sociais para a população”, defendeu.
Quem gosta de juros
A taxa Selic alta interessa aos bancos e à elite econômica, que compram títulos do governo e vivem de renda. “Os investimentos em produção também são afetados, já que quem tem recursos prefere aplicar no mercado financeiro e viver da renda dos juros do que investir em negócios que geram empregos e desenvolvimento”, exemplificou.