Taxas de bancos nas empresas da base têm 200% de diferença
´Não podemos admitir que o mesmo banco trate de forma diferente a categoria´, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
Rossana Lana / SMABC |
O metalúrgico na base do Sindicato chega a pagar até 200% a mais de juros em um mesmo banco privado, dependendo da empresa em que trabalha.
Esse é o resultado do levantamento iniciado pelos CSEs em abril deste ano, quando os trabalhadores decidiram em assembleia mobilizar a categoria contra os juros abusivos dos bancos.
Segundo as informações, o Itaú cobra no cheque especial, juros que variam de 3%, na Mahle Metal Leve, a 9%, na Kostal. Uma diferença de tarifa de 200% no mesmo banco.
O Bradesco, também no cheque especial, varia a taxa de 8,19%, a mínima, até 8,9%, a máxima, para os companheiros na Ford, enquanto que o mesmo banco aplica juros de até 7,46%, aos trabalhadores na Arteb.
“Essa disparidade entre as cobranças já seria motivo suficiente para a luta do Sindicato”, disse o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão (foto).
“Não podemos admitir que o mesmo banco trate de forma diferente a categoria”, prosseguiu. “Queremos a aplicação de tarifas iguais e em acordo com as taxas mais competitivas do mercado”, afirmou o dirigente.
Juros no consignado também são diferentes
O crédito consignado, em que o empréstimo é descontado em folha de pagamento, também tem taxas de juros diferentes para o mesmo banco entre diferentes empresas da base.
Para se ter uma ideia, se um companheiro na Volks, Mercedes, Scania, Rolls-Royce ou Kostal fizer um empréstimo de R$ 2 mil no Itaú, para pagamento em dois anos, pagará de volta R$ 2.547,46.
Se um trabalhador na Karmann Ghia fizer o mesmo empréstimo, em dois anos o valor pago ao Itaú será de R$ 2.676,19. A diferença de R$ 128,73 é maior que o valor da parcela do empréstimo.
Isso também acontece no Bradesco, onde um companheiro na Weg pagará no final de 24 meses R$ 2.504,38 por um empréstimo de dois mil reais e o na Toledo pagará R$ 2.634,85.
O Itaú na Volks ainda aplica taxas ainda maiores para o crédito consignado, que as cobradas pelo banco da empresa em empréstimos com prazos acima de 36 meses.
Da Redação