Taylorismo: nova forma de controle

A literatura sobre relações do trabalho geralmente aborda o taylorismo como nova forma de organização e de gestão do trabalho, destacando as inovações organizacionais e tecnológicas que promoveu na fábrica.

Mostraremos neste artigo que a organização científica do trabalho, nome pelo qual o taylorismo ficou conhecido, foi, na realidade, a saída encontrada pelo capital para aprofundar o controle sobre os trabalhadores.

Nas abordagens feitas sobre o tema nos artigos anteriores, vimos que os operários ofereceram uma enorme resistência ao sistema fabril, tanto nos países europeus como nos Estados Unidos, que estava se tornando a principal potência industrial do mundo.

Nessa fase, os principais mecanismos usados para subordinar os trabalhadores eram a sua concentração no espaço fabril, a imposição de uma jornada regular de trabalho, rigidamente disciplinada, e a exigência de quantidades mínimas de produção.

Os operários, no entanto, resistiam, tentando manter sua autonomia no processo de trabalho e um padrão digno em relação aos salários e condições de trabalho.

Para o capital, essa resistência era inaceitável. Tratava-se de encontrar um meio de controlar, de forma mais efetiva, os trabalhadores.

O taylorismo colocou o controle dos operários num plano inteiramente novo. Ao promover a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual, manteve as decisões sobre a produção nas mãos da gerência, limitando a participação dos trabalhadores à mera execução de tarefas prescritas, cujos tempos e movimentos haviam sido definidos com precisão matemática.

O saber operário sobre o processo de trabalho havia sido expropriado e traduzido em normas a serem seguidas mecanicamente.

Os trabalhadores não deviam mais pensar. Com essas medidas, aliada a uma vigilância e fiscalização rígidas, inaugurou-se uma nova fase de controle do capital sobre os trabalhadores, muito mais eficaz do que a anterior.

Departamento de Formação