Tem mulher na produção!

CSE na Karmann Ghia realiza sonho de Mariana. Companheira é a primeira mulher a ser contratada para o setor de produção na fábrica

Desde segunda-feira, a operadora de empilhadeira Mariana Videira Benabide trabalha na Karmann-Ghia, depois de ser escolhida em disputa com três homens.

Para ela, significou a concretização do sonho de entrar no setor metalúrgico. Para o Comitê Sindical, sua contratação tem o simbolismo de superar barreiras, pois Mariana é a primeira mulher a trabalhar na produção da empresa, abrindo caminho para outras mulheres.

“Estou muito feliz. O pessoal me recebeu muito bem e não houve qualquer diferença de tratamento”, comentou ela num setor que tem outros 20 operadores.

Reivindicação

Ela decidiu por essa função ao ver uma mulher dirigindo uma empilhadeira.
Fez curso no Senai e foi trabalhar num supermercado.
“A vaga era muito concorrida, eu ganhei e senti forte discriminação por ter superado os homens”, comentou.

Para o Comitê Sindical, a contratação de Mariana mostra para a empresa que mulher pode trabalhar na produção.

“Era uma reivindicação que durava oito anos e só fomos atendidos pelo RH que está aqui há quatro meses”, lembrou Valter Saturnino Pereira, o Valtinho, do Comitê Sindical. O salário dela é o mesmo dos homens.

Igualdade

O RH anterior argumentava que não daria certo, que o trabalhador é machista e que o chão de fábrica não estava preparado.

“Apesar de ser novidade para todos do setor, nada mudou. O tratamento dispensado a ela é igual ao que existe em relação aos homens”, comentou Eli Dias Almeida, que organiza o serviço no setor.

Para Mariana, não tem problema ser a única mulher na produção da fábrica. “Se a mulher se dispõe a isso, deve estar preparada para se impor”, ensina.