Tema do ano é a pessoa com deficiência
A Campanha da Fraternidade lançada na semana passada pela Igreja Católica pretende levar ao centro dos debates sociais a discussão dos problemas enfrentados pelas 27 milhões de pessoas com deficiência que vivem no Brasil.
“Queremos tocar os poderes públicos e os legisladores para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para atender às pessoas com deficiência”, disse Dom Odilo Sherer, secretário-geral da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Ele disse que a legislação brasileira avançou muito nos últimos anos, como consequência da atuação das entidades e organizações sociais que lutam pela inclusão social dessas pessoas.
Mas o bispo considera que não bastam apenas leis, mas sim a implantação de uma cultura a favor da inclusão dessas pessoas passando pela educação, pelo mundo do trabalho, da cultura, da saúde e do lazer.
“O valor do ser humano não está na perfeição física, na capacidade produtiva ou na habilidade da sua afirmação social, mas acima de tudo no próprio fato de ser uma pessoa, um ser humano”, comentou o secretário da CNBB.
Justiça
Para ele, os desafios da inclusão das pessoas com deficiência é um permanente questionamento à lógica da competição, da eficiência, da perfeição estética a todo custo, do sucesso e do poder econômico.
“O tema deste ano nos faz muita justiça. A campanha é bem vinda porque amplia e reforça a nossa luta por inclusão e igualdade”, comentou o companheiro Flávio Henrique de Souza, da Comissão dos Metalúrgicos do ABC com Deficiência.
Solidariedade
Os objetivos da campanha são a promoção da fraternidade e solidariedade em relação às pessoas com deficiência, dando voz a elas, denunciando preconceitos e discriminações.
Quer ainda estimular a realização de iniciativas que façam avançar às políticas públicas voltadas à inclusão dessas pessoas.