Tempo de espera por chips é cada vez maior

Escassez de semicondutores que trava produção industrial parece ainda estar longe do final

Quase um ano após o começo da escassez mundial de chips, os problemas ainda se acumulam para muitos clientes, à medida que os atrasos nas entregas ficam maiores e vendas são perdidas.

A escassez mundial de semicondutores se agrava, com os tempos de espera aumentando, compradores acumulando produtos e o fim do problema possivelmente não ocorrendo no ano que vem.

A demanda não diminuiu conforme o esperado. As rotas de abastecimento continuam obstruídas. Problemas imprevisíveis na produção abalaram fábricas que já operavam em plena capacidade. O que resta é uma grande confusão para fabricantes e compradores. Alguns compradores que tentam fazer novos pedidos estão recebendo datas de entrega para 2024, segundo Ian Walker, diretor operacional da distribuidora de componentes eletrônicos Princeps Electronics, que ajuda empresas a conseguir chips.

A indústria de semicondutores, que movimenta US$ 464 bilhões por ano, não vem conseguindo acompanhar o ritmo, o que está levando a uma perda generalizada de receitas. O problema está se espalhando para além dos inicialmente afetados – como montadoras e fabricantes de eletrodomésticos – e agora atinge também fabricantes de outros produtos, como dispositivos médicos.

Os fabricantes de chips afirmam que a falta de suprimentos vem resultando em perda de vendas para eles. “Acredite, estaríamos remetendo muito mais se não fossem as limitações impostas pela cadeia de abastecimento desses e outros componentes do setor”, disse na semana passada o presidente executivo da Intel, Pat Gelsinger, em uma teleconferência. Ele acredita que a falta de componentes durará até 2023.

Do Valor Econômico