Terceirização vai piorar as negociações salariais
(Foto: Adonis Guerra)
Estudo do Dieese, sobre os reajustes salariais em diversos setores, aponta que em 2016, ano de alta crise econômica, os melhores acordos vieram de negociações por categoria, 85,9%, e não por empresa, 14,1%, comprovando que quanto mais unidos os trabalhadores estiverem, melhores os resultados das negociações.
A conquista ocorre justamente porque categorias como metalúrgicos e bancários conduzem negociações também em âmbito nacional, por meio de confederações, ou mantém forte presença no local de trabalho e diálogo com os empregadores. A análise do Dieese é reforçada pelo secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre (foto), que confia na ampla organização dos trabalhadores para aumentar a capacidade de alcançar resultados positivos.
“Não é por acaso que os golpistas tentam a todo custo quebrar as entidades sindicais e votam, a toque de caixa, a Reforma Trabalhista e a terceirização que têm como objetivos tirar direitos, fragmentar e fragilizar a organização da classe trabalhadora, para facilitar a vida dos patrões, que elevarão o lucro à custa da exploração e piora nas condições de trabalho”, criticou Sérgio.
O documento do Dieese alerta que com o avanço da terceirização, a tendência é que as campanhas salariais fiquem cada vez piores.
“As negociações por categoria, que envolvem mais sindicatos, têm resultado mais favorável há muitos anos. Se a terceirização for implementada de forma irrestrita e os sindicatos ficarem enfraquecidos, com um crescimento dos processos de negociação por empresa, dividindo as categorias, teremos queda na renda da classe trabalhadora. Quanto mais organizadas as categorias e mais abrangentes são os acordos, mais fortes as negociações”, completou o dirigente.
“O trabalhador não tem outra alternativa a não ser sair às ruas para defender seu salário, seu emprego e de toda sua família. A fragilização dos direitos e das organizações sindicais é o que pode acontecer de pior para quem não é dono de empresa. Por isso, vamos todos à greve geral no dia 28 de abril”, convocou Sérgio Nobre.
Da Redação