Terremoto em Taiwan pode causar nova crise de semicondutores
Produção em fábricas foi interrompida e empresas avaliam efeitos do forte tremor, mas cenário ainda não preocupa
O forte terremoto que atingiu Taiwan teve consequências devastadoras no país. Além das vítimas fatais, das pessoas que ficaram feridas ou ainda estão desaparecidas, ainda não se sabe quais serão as consequências na economia local do tremor que atingiu 7.5 graus na escala Richter. Evidentemente, a produção nas fábricas em regiões atingidas foi suspensa. Isso inclui as atividades nas fábricas de semicondutores, uma das principais áreas de atuação das empresas de Taiwan.
A TSMC, que fornece chips para gigantes do setor de eletrônicos (como Apple e Nvidia) e montadoras de automóveis, transferiu funcionários de algumas áreas e disse que está avaliando o impacto do tremor em sua produção. Sua concorrente United Microelectronics também paralisou as atividades em algumas fábricas e evacuou instalações em suas fábricas em Hsinchu e Tainan. Como alguns chips de alta tecnologia precisam ser produzidos em um regime de 24 horas nos 7 dias da semana, o terremoto pode ter prejudicado a produção de milhares deles.
A produção de chips não deve ser afetada por tanto tempo. Assim como em outros setores, a indústria automotiva teme por uma nova crise de semicondutores – como a que atingiu o setor no auge da pandemia. Apesar do cenário preocupante, parece que não há motivo para pânico – ao menos por enquanto. Milad Kalume Neto, diretor de novos negócios da Jato Dynamics, reconhece que o fornecimento de semicondutores pode ser afetado.
Ainda que a produção atual de chips seja descartada, a decisão “afetará apenas um pequeno conjunto de itens”. “Se (o terremoto) afetar as entregas, serão apenas pequenos atrasos e que serão plenamente gerenciáveis pelos fabricantes (de semicondutores), seja por peças em estoque ou por deslocamento da produção para outros produtos. Não teremos uma parada completa na produção”, assegura. Outro ponto que dá certa tranquilidade às montadoras é o fato de as fábricas já trabalharem acima de 70% de sua capacidade produtiva, segundo a mídia chinesa.
Do Automotive Business