Terrorismo

Querer negar aos palestinos a Pátria Palestina é condenar o oriente médio a uma guerra eterna.

Para nós, que vivemos a guerra de todo dia para manter o emprego, ou para driblar a criminalidade que nos assalta em todas as esquinas, é difícil entender os massacres do Oriente Médio. As cenas são macabras: tanques e helicópteros caçam palestinos em retaliação à ação de homens e mulheres-bomba palestinos que usam suas próprias vidas como armas mortais.

O resultado é um só: vítimas inocentes de ambos os lados, soldados, jovens, crianças e adolescentes. No noticiário da TV, são tantas as notícias, é tão forte o colorido e tão repetido, que se tornam banais. Parece que não tem mais importância. Afinal, por que tanta dor?

As perguntas vão ficando sem resposta, enquanto o número de mortos cresce e a violência ganha vulto. Aos poucos, não se distingue mais a realidade do Oriente Médio do noticiário das nossas periferias onde os tiroteios e as cenas de horror têm igual freqüência. E a mesma raiz: a miséria. É a banalização absoluta da violência.

Também não basta identificá-la. É preciso apontar quem a promove, quem tem interesse na sua difusão: são os grandes grupos econômicos que vendem armas, governam nações, e sustentam governos imperialistas como o de George Bush e Ariel Sharon.

Os seis milhões de homens que constituem Israel têm direito a território e governo próprios, como reconheceu a ONU, em 1947. Mas, os 3,5 milhões de palestinos que desde então perambulam pelo Oriente Médio têm o mesmo direito. Querer negar-lhes a Pátria Palestina é condenar o oriente médio a uma guerra eterna. É puro terrorismo.

Luiz Marinho é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, presidente de honra da Unisol-União e Solidariedade das Cooperativas do Estado de São Paulo e Coordenador do Mova Regional