Tombo nas vendas e falta de produtos expõem dificuldades da Caoa Montadora
Participação da marca Caoa Chery caiu dois terços em um ano
A fábrica da Caoa Montadora completa 16 anos este mês. Inaugurada em 2007, fruto de investimento inicial de R$ 1,2 bilhão, a planta de Anápolis, GO, tem capacidade instalada para montar até 150 mil veículos por ano, entre automóveis, SUVs e caminhões leves das marcas Hyundai e Chery. O ritmo de produção consolidado nesse período, entretanto, passa muito longe disso.
No acumulado até dezembro de 2022, segundo a Anfavea, foram produzidos na planta goiana 414 mil veículos, média próxima de 26 mil unidades anuais, com recorde histórico estabelecido em 2021, quando 46,7 mil deixaram as linhas de montagem. As vendas acumuladas dos produtos fabricados em Anápolis despencaram no primeiro quadrimestre de 2023. No caso dos modelos da Hyundai, o SUV New Tucson e os caminhões HR e HD80, praticamente cessaram.
De acordo com a Fenabrave, do leve HR, produto pioneiro da planta goiana, foram licenciadas somente 5 unidades nos quatro primeiros meses do ano e outras 121 do HD80. Já quanto ao New Tucson, o mistério é maior. O modelo tornou-se produto raro nas revendas desde o ano passado e a empresa dizia se tratar de questão pontual e que a pouca oferta se devia à necessidade de “atualizações com a mudança de legislação (Proconve)”.
Fosse apenas essa quase inatividade dos modelos da Hyundai montados sob licença, o quadro da Caoa Montadora não seria dos mais preocupantes. Mas a grande aposta do grupo nos últimos anos, a marca Caoa Chery — e seus utilitários esportivos nacionalizados —, também tem sofrido muito além do razoável em 2023. Os licenciamentos, neste caso, limitaram-se a 5.866 unidades dos SUVs Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8, uma robusta queda de 55% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2023 e 2022, quando a marca negociou 12,9 mil veículos.
Do AutoIndústria