Toyota do Brasil terá carro elétrico a hidrogênio movido a etanol

Com investimento de R$ 50 milhões, Toyota desenvolve carro elétrico a hidrogênio abastecido com etanol brasileiro; sedã Mirai servirá de base

Depois da Stellantis, a Toyota confirmou que trabalha em uma tecnologia com base no etanol como fonte energia para carros elétricos no Brasil. O projeto visa produzir hidrogênio (H2) a partir do combustível derivado da cana-de-açúcar. Para isso, a montadora japonesa anunciou uma parceria com a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT.

No projeto do carro elétrico a etanol, a Toyota vai usar o sedã Mirai, primeiro modelo de série da marca movido a célula de combustível. Um exemplar será entregue ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP ainda no primeiro semestre deste ano, onde passará por diversos testes. De acordo com a montadora, além do sedã, o hidrogênio obtido com etanol vai abastecer três ônibus que circularão dentro da Cidade Universitária.

Para viabilizar o projeto, a Shell Brasil vai investir cerca de R$ 50 milhões. Dessa forma, além de produzir hidrogênio através do etanol, também pretende calcular o carbono “do poço à roda”. Ou seja, o estudo vai mensurar as emissões de CO2 na atmosfera em todos os processos, desde o cultivo da cana-de-açúcar até o consumo do hidrogênio na célula combustível.

Basicamente, o Mirai é um sedã com ares de cupê que funciona como carro elétrico. Para gerar energia, no entanto, uma verdadeira química acontece. Em contato com o oxigênio, o hidrogênio se transforma em eletricidade que, por sua vez, alimenta a bateria (1,24 kWh) e, assim, o motor elétrico. É dessa forma que funciona um veículo FCEV (Fuel Cell Eletric Vehicle).

Na prática, o hidrogênio é armazenado em tanques, enquanto o oxigênio vem de fora. A mistura dessa reação libera energia, que é transformada em eletricidade. Com isso, recarrega a bateria e alimenta o motor elétrico. Como resultado, o veículo é livre de CO2 e tem autonomia que pode alcançar 600 km. Além disso, o processo químico emite vapor d’água pelo escapamento.

Do Jornal do Carro