Toyota é a bola da vez! O Prius é de São Bernardo
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, e o coordenador do CSE, José Carlos de Souza, o Trovão, conduziram a assembleia na manhã da última sexta
Na contramão das grandes montadoras no ABC, a Toyota se transformou na bola da vez na região ao aceitar discutir com o governo federal e os Metalúrgicos do ABC a produção, em São Bernardo, de um carro híbrido com motor à combustão, que pode ser tanto a álcool ou gasolina, associado à um motor elétrico.
A proposta para a fabricação do novo veículo está amarrada a um novo acordo de data-base e Participação nos Lucros e Resultados por três anos e foi apresentada aos trabalhadores pelo presidente do Sindicato, Rafael Marques, em assembleia na manhã da última sexta no pátio da fábrica, quando foi aprovada.
“Com o novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, que estamos construindo, a fabricação de um carro movido tanto com motor flex como elétrico tornou-se fundamental para que o Brasil atinja imediatamente uma tecnologia que, segundo as montadoras tradicionais, só seria alcançada daqui a 15 anos ou mais”, disse Rafael.
“E o Prius, modelo híbrido produzido pela Toyota no Japão, China e Tailândia, pode ganhar o passaporte brasileiro”, destacou o dirigente.
“Vai depender das medidas de incentivo do governo federal”, prosseguiu.
Em busca deste objetivo, Rafael entregou a Dilma Rousseff um relatório das ações e propostas do Sindicato para a introdução das novas tecnologias do carro elétrico, durante visita da presidenta ao ABC dia 28 de maio.
Dilma respondeu na ocasião que um decreto complementar do programa Inovar- Auto, que pode dar um novo impulso a estes carros, já está no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC. E pediu, pelo menos, 30 dias para discutir o assunto com os demais membros do governo federal para dar uma resposta.
“O governo tem conversado com a Toyota, a Anfavea [sindicato das montadoras], os Metalúrgicos do ABC e representantes do setor do álcool articulado ao agronegócio. O que Dilma quer é manter a opção da tecnologia do etanol para assinar este decreto”, destacou o coordenador do CSE na fábrica, José Carlos de Souza, o Trovão, que acompanha as negociações.
“Com o decreto assinado, o Prius é de São Bernardo. A produção do veículo trará mais emprego de qualidade, tecnologia de ponta e desenvolverá ainda mais o parque de autopeças brasileiro. Tudo está em jogo”, concluiu Trovão.
Sindicato japonês mantém apoio ao projeto
Em abril do ano passado, Rafael esteve na fábrica da Toyota na cidade japonesa de Tahara, uma das mais modernas plantas da montadora no mundo. Na ocasião, o dirigente recebeu apoio dos trabalhadores para o desenvolvimento de novos projetos na fábrica de São Bernardo.
“Este apoio segue até hoje, o que fortalece ainda mais as negociações com a fábrica no ABC, já que o Brasil é atualmente o quarto maior mercado de carros no mundo e a Toyota segue como líder global de vendas no primeiro trimestre do ano”, comentou Rafael.
No Japão os sindicatos são por empresa e o presidente da União dos Trabalhadores na Toyota, Mitsuyuki Tsuruoka, lembrou que eles possuem influência nas decisões da montadora por conta da tradição de luta que evitou a demissão em massa nos anos 1950. “Essa organização conquistou o respeito da fábrica”, explicou Rafael.
“O comprometimento de Tsuruoka é muito importante para os novos projetos para São Bernardo, já que o dirigente representa mais de 63 mil trabalhadores. Ele tem interesse que a Toyota aumente ainda mais a sua participação no mercado do nosso País”, concluiu Rafael.
Organização garante PLR por três anos
A proposta de data-base e PLR negociada pelo Sindicato por três anos foi aprovada pelos companheiros na Toyota na assembleia da última sexta-feira.
Segundo o coordenador do CSE na fábrica, José Carlos de Souza, o Trovão, em 2014 e nos próximos dois anos, as parcelas de PLR serão quitadas nos meses de junho e dezembro. “Pelo acordo, já asseguramos também a correção salarial de2014 a 2016”, afirmou.
“Os trabalhadores na Toyota sabem do esforço do conjunto deles, Sindicato e empresa em viabilizar novos investimentos para a fábrica em São Bernardo”, prosseguiu o dirigente.
“Defendemos acordos de longo prazo porque estabilizam bastante as relações com a empresa, permitindo que os companheiros preparem seu futuro”, disse Trovão.
“Já a empresa sabe as obrigações que terá, o que ajuda muito na condução de ações como esta e a negociação do Sindicato pela vinda de mais investimentos para a Toyota em São Bernardo, como a produção do Prius”, concluiu Trovão.
Da Redação