Toyota, Honda e Nissan usam peças feitas a partir de cascas de ovos, bambu e outras biomassas
Fornecedores de peças automotivas no Japão estão recorrendo a materiais de biomassa para atender ao interesse das montadoras na redução das emissões de dióxido de carbono durante a fabricação de seus veículos. A Moriroku, fornecedora com fortes laços com a Honda, está trabalhando para misturar cascas de ovos, conchas marinhas, bambu e outros materiais de biomassa em resina para reduzir o uso de similares derivadas do petróleo.
As resinas serão usadas principalmente em áreas como o porta-luvas e o console central (entre os bancos do motorista e do passageiro). A Moriroku pretende usar a resina nesses componentes internos para modelos já em 2028. A Tokai Rika, afiliada da Toyota, desenvolveu um material de resina composta que contém até 55% de fibra de bambu, extraída de árvores cortadas com técnicas de manejo florestal.
A Tokai Rika também prevê aplicações além das autopeças, em uma ampla gama de produtos, de móveis a eletrodomésticos. A meta de receita para esse negócio é de 1 bilhão de ienes (US$ 6,59 milhões) ou mais até o ano fiscal de 2030. A tendência de biomassa entre os fabricantes de autopeças responde à pressão de seus clientes — as montadoras — para reduzir as emissões de Escopo 3, que são as emissões de gases de efeito estufa em suas cadeias de suprimentos.
A Kasai Kogyo, que conta com a Nissan como investidora, está desenvolvendo um material de enchimento usando conchas de ouriço-do-mar. A mistura desse material à resina pode oferecer efeitos desodorizantes e reduzir a quantidade de resina utilizada. Enquanto isso, a reciclagem horizontal – reutilização de materiais e peças de carros sucateados para fabricar carros novos – está ganhando força. A União Europeia está considerando uma regulamentação para mínimos de conteúdo reciclado.
Do Valor Econômico