Toyota transfere sede para região
A Toyota efetivou a transferência de sua sede administrativa no País para São Bernardo. Após anunciar, há um ano, que faria a mudança, da Capital para a cidade da região, desde quarta-feira a direção da subsidiária brasileira, junto com os departamentos comercial, marketing, relações públicas e relações governamentais, por exemplo, que somam cerca de 250 postos de trabalho, vieram para o município – conhecido por ser um polo automotivo. As outras cinco montadoras que têm fábricas no Grande ABC (Mercedes-Benz, Scania, Ford e Volkswagen, em São Bernardo, e General Motors, em São Caetano) estão sediadas aqui.
A vinda do comando da empresa, que tem unidade só de autopeças na cidade – partes estampadas e usinadas para o Corolla e o Etios, fabricados em Indaiatuba e Sorocaba (no Interior) e montagem de suspensões traseira e dianteira da Hilux, produzida na Argentina –, foi festejada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. Ele avalia que isso aproxima a entidade dos trabalhadores do alto comando da empresa, onde são tomadas as decisões de investimento da companhia, e também favorece a região, porque a indústria traz mais informações que podem agregar nas discussões do futuro da atividade.
“A planta fabril fica mais valorizada”, acrescenta. Para o dirigente, pode ser mais um passo para que a fábrica – que agora conta com 1.550 funcionários – volte a ter linha de produção de veículo, como ocorria em suas origens no Brasil. A companhia abriu sua primeira filial fora do Japão em 1958 na Capital, para produzir, em sistema de CKD (importado desmontado) o modelo Landcruiser, e poucos anos depois, em 1962, transferiu a linha de montagem para São Bernardo, onde iniciou a confecção de modelo que virou ícone entre os fora de estrada: o Bandeirante. O modelo foi fabricado por 39 anos, até 2001, na região.
Segundo Marques, a empresa ainda analisa as condições para a fabricação do modelo Prius elétrico, em São Bernardo, a partir do ano que vem. Ele considera que as conversas entre o sindicato e a empresa estão caminhando no sentido de concretizar esse objetivo. “Conseguimos com que o governo reduzisse o imposto de importação para trazer o carro elétrico como CKD”, diz. O tributo, que era de 35%, caiu para índice que varia entre zero e 5%, dependendo da nacionalização e eficiência energética. É o primeiro passo para antecipar entre 15 e 20 anos o desenvolvimento de tecnologia nacional de motorização de carros desse tipo, avalia o dirigente.
Do Diário do Grande ABC