Trabalhador na Legas Metal ganha ponto de leitura

 

Desde esta segunda-feira (2), os trabalhadores na Legas Metal, em Diadema, contam com uma biblioteca no local de trabalho. São livros didáticos, de literatura brasileira e estrangeira, infantil e juvenil, enciclopédias, DVDs e gibis, que eles poderão levar para casa ou utilizar na hora de descanso na empresa.

Esse é o Ponto de Leitura, uma programa desenvolvido pela Prefeitura de Diadema, Ministério da Cultura e sindicatos da região. Além da Legas Metal, o ponto já foi inaugurado na IGP. Nesta primeira etapa serão instalados pontos de leitura em dez metalúrgicas da cidade com a previsão de atender 13 mil pessoas.

Além do acervo, o ponto de leitura conta com pufes, mesa, cadeira, computador e impressora. O Ministério da Cultura investiu R$ 200 mil com os equipamentos e livros das dez bibliotecas. Cabe à prefeitura a implantação e acompanhamento do projeto, além de cuidar da formação dos agentes de leitura, que vão fazendo indicações e sugestões de livros.

“Vou oferecer uma oportunidade que não tive. Minha tarefa será a aproximar o livro do trabalhador”, resume o companheiro Valderez Dias Amorim, do CSE na Legas Metal, treinado para ser um dos agentes de leitura naquela empresa. 

Ele conta que normalmente as pessoas não têm o hábito de ler e muitas não sabem lidar com o livro. “Vou fazer indicações e recomendar autores, para quebrar esse gelo”, disse.

Valderez fala ainda da vontade de ler desde pequeno e que atualmente lê pouco, mas com frequência.

Ele comentou que a leitura transporta as pessoas, que passam a conhecer o que acontece fora da realidade do dia-a-dia e mostra o porquê de muitas coisas. Além disso, ler melhora a escrita. “E isso é importante porque muitas pessoas sabem ler mas não sabem interpretar um texto”, argumentou.

Uma das ideias de Valderez é promover visitas dos filhos dos trabalhadores ao ponto de leitura. “Quero lhes oferecer uma oportunidade que não tive”, concluiu.

Para estimular o hábito da leitura
A inauguração do Ponto de Leitura na Legas aconteceu na sexta-feira, com apresentações musicais e do grupo de taekwondo mantido pela empresa para as crianças da região do Serraria.

“É uma experiência local com dimensão nacional. Cultivar o hábito da leitura na população é fator bastante positivo. Ler um livro é acumular experiência de vida. O Sindicato está de parabéns. Ele tem o papel de organizar os trabalhadores para  lutar por salário, mas também deve ter uma ação cidadã”.

Mário Reali, prefeito de Diadema

 

 

“Vim conhecer de perto o projeto pois queremos sua ampliação para todo o Estado”.

Valmir Marques, Biro Biro, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT.

 

 

“Temos de cobrar o papel social das empresas. Se a Legas pode participar de um programa deste, por que as grandes empresas não podem? Se todas fizessem isso, teríamos um País melhor. O livro é muito caro e não está ao alcance do trabalhador”.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.

 

 

“O livro é um instrumento de transformação do trabalhador e da sociedade. O desenvolvimento intelectual é muito importante pois abre horizontes para as pessoas. O trabalhador não é como máquina, mas um cidadão completo que quer ter uma vida melhor. Um ser humano melhor vai trabalhar melhor”.

Nelson Miyazawa, diretor presidente da Legas Metal