Trabalhador rural é assassinado na Bahia
O líder camponês Leonardo de Jesus Leite foi assassinado na noite de terça-feira (6), em Monte Santo (BA), a 350 quilômetros de Salvador. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Bahia, a morte foi “decorrente da violência do latifúndio”, mas não são apontados suspeitos. Aos 37 anos, ele era casado e pai de dois filhos.
Ligado ao Movimento Estadual de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta Bahia), Léo, como era conhecido, militava pelo direito à terra havia 10 anos. Segundo o movimento, a atuação concentrava-se na Fazenda Jiboia, no município de Euclides da Cunha (BA), a 325 quilômetros da capital. O proprietário da fazenda, ainda segundo os ativistas, seria um ex-prefeito da cidade, José Renato Abreu de Campos (eleito em 2004 pelo PL).
Nos 15 dias antes da morte, Léo vinha sendo vítima de ameaças de morte. “Ironicamente, às vésperas do feriado de 7 de setembro, quando a nação brasileira celebra a independência e a cidadania, um filho seu que nunca fugiu à luta e enfrentou a injustiça e a opressão do latifúndio, foi brutalmente assassinado”, diz a nota do movimento Ceta.
Léo teria sido abordado pelos criminosos, arrastado até o interior de sua casa e executado com um tiro na cabeça na presença da mulher e dos filhos. Ainda segundo o movimento, é o sexto líder camponês assassinado por conflitos no campo na região de Monte Santo em três anos. Neste ano, apenas no Pará, seis outras mortes ocorreram em áreas rurais.
Segundo o levantamento da CPT Nacional, a ocupação não estava incluída entre as áreas de conflito em Monte Santo. Leonardo de Jesus Leite tampouco constava entre os ameaçados de 2010.
Da Rede Brasil Atual