Trabalhadores aprovam greve geral contra a reforma da Previdência

Assembleias em Diadema e São Bernardo mobilizam companheiros para a luta do dia 14 de junho, convocada pela CUT e demais centrais sindicais

Trabalhadores na Paschoal (Fotos: Adonis Guerra)

Os trabalhadores na Belden, BCS, Evacon e Haenke, em Diadema; AS Brasil, Fabrimold e Paschoal, em São Bernardo, aprovaram em assembleias nas fábricas a disposição de luta e a participação na greve geral do dia 14 de junho contra a reforma da Previdência, convocada pela CUT e demais centrais sindicais.

O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, explicou o retrocesso que a reforma representa, com idade mínima de aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens e o rebaixamento do valor do benefício.

“A média dos brasileiros é ficar sete anos desempregado ao longo da vida. Então não são 62 e 65 anos para se aposentar. Alguém conhece uma empresa que contrate o cidadão com 65, 70 anos para trabalhar? Não contrata. A reforma é absurda em todos os sentidos”, afirmou.  

“É só ver o que acontece no Chile. Procurem ‘suicídio de idosos no Chile’ na internet. Querem copiar e piorar o modelo que não deu certo, já que a renda acaba e as pessoas, no desespero, chegam a esse extremo”, disse.

O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, convocou o pessoal a participar da luta. “Temos que ter coragem de defender o que a gente acredita e de dizer não aos ataques ao conjunto de trabalhadores. Não dá para aceitar de cabeça baixa sem reagir”, chamou. 

O dirigente explicou que a reforma da Previdência não é para resolver o déficit, como seus defensores alegam para justificar a sua aprovação.

“Até 2015, tinha superávit. Mas são 30 milhões de pessoas desempregadas ou em subempregos que deixaram de contribuir. Então o governo precisa deixar de falar em armas e retirada de direitos e falar em desenvolvimento, geração de empregos e distribuição de renda. É assim que a economia vai crescer”, defendeu.

“Temos que fazer a reflexão sobre qual futuro as próximas gerações terão se não lutarmos e fazer a resistência que for preciso para impedir os retrocessos nas nossas vidas”, concluiu.

Em algumas fábricas, foram aprovados acordos de PLR e a contribuição negocial.  Sócios do Sindicato não têm o desconto da contribuição negocial.

 

Trabalhadores na Asbrasil (Foto: Raquel Camargo)

Belden

Os trabalhadores aprovaram o acordo de PLR, válido por dois anos, com aumento acima da inflação, com pagamentos em julho e janeiro. 

 

BCS

Na BCS, antiga TRW, foi aprovado o acordo de PLR negociado pela representação com a fábrica. O pagamento será em duas parcelas, junho e janeiro.

 

Haenke

A PLR aprovada pelos trabalhadores será paga em duas parcelas, a primeira em setembro e a segunda em março de 2020.

 

Evacon

Na Evacon, os companheiros aprovaram o acordo de compensação de dias.

 

Fabrimold

Foi aprovada a renovação do acordo de jornada de trabalho. A equipe da Campanha de Sindicalização esteve junto.