Trabalhadores aprovam o início do processo eleitoral do Sindicato
Em Assembleia Geral, foram aprovados a Comissão Eleitoral, a relação de empresas com CSE e o número de representantes

Com auditório lotado, os trabalhadores aprovaram por unanimidade o início do processo eleitoral do Sindicato ao triênio 2023-2026 em Assembleia Geral ontem na Sede. Esta é a nona vez seguida que os Metalúrgicos do ABC renovam a Direção escolhendo diretamente seus representantes nos locais de trabalho por meio dos CSEs (Comitês Sindicais de Empresa).
Foram definidos o calendário, a Comissão Eleitoral e a relação de fábricas com Comitês Sindicais. Serão 46 empresas da base com 156 representantes dos CSEs e o CSA (Comitê Sindical dos Aposentados), com 6 membros.

O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, afirmou que o Sindicato faz questão de dar publicidade ao processo eleitoral porque tem uma coisa que poucos sindicatos têm: organização na base.
“Este Sindicato, como costumo dizer, é o solo sagrado da classe trabalhadora deste país. Sabemos que a transformação que queremos fazer na sociedade não faremos sozinho, mas com todas as demais entidades e movimentos sociais, mas não vamos negar a nossa história”.

Moisés destacou ainda que, para combater a extrema-direita, a luta dos Metalúrgicos do ABC não para. “Estamos todos os dias na rua, de domingo a domingo, não temos descanso. A extrema-direita está aí e nós temos que colocar ela no lugar dela. Perdemos direitos com a reforma da Previdência, o desemprego em alta, a democracia sendo ameaçada por aquele bando de vândalos no dia 8 de janeiro. Seguimos fortes porque somos fruto de luta e organização”.
A retomada
“Olhar para esta assembleia lotada, com a participação de muitas mulheres, é uma alegria. E o Sindicato tem que trazer ainda mais mulheres, jovens, negros, LGBTQIA+ para participar da luta. Por isso o lema da campanha eleitoral desse triênio é ‘A Retomada’. Agora é hora da retomada da democracia, de direitos, da liberdade, da alegria de viver, a retomada para que a gente possa ser feliz. Enquanto tiver gente dormindo nas ruas, enquanto tiver trabalhadores passando fome, a luta não para”, afirmou.
Democracia
O presidente agradeceu ainda aos companheiros parlamentares e representantes sindicais de várias entidades pela presença.
“Há muito tempo temos passado por uma tempestade política muito forte, que começou em 2013, nas manifestações pelo Passe Livre. E essa casa, em nenhum momento, por mais difícil que fosse, abandonou a luta pela democracia no nosso país. Não tem representação maior que trabalhadores elegerem representantes nas esferas municipais, estaduais e federal. Isso é exercício da democracia”.
Modelo de organização
O modelo de organização com CSEs, vigente desde abril de 1999, fortalece a categoria no local de trabalho e garante representatividade no chão de fábrica.
Esta será a 23° direção da categoria eleita desde 1959 e o processo é dividido em duas etapas: no primeiro turno são eleitos os CSEs e no segundo turno, o Conselho da Executiva da Direção e o Conselho Fiscal.


Trabalhadores aprovam a Comissão Eleitoral
Responsáveis por acompanhar o processo eleitoral, os cinco integrantes da Comissão foram aprovados durante Assembleia Geral ontem na Sede. O presidente da Comissão é Wagner Santana, o Wagnão, ex-presidente dos Metalúrgicos do ABC.
Conheça os integrantes

“Juntos resistimos ao golpe, à perseguição e à prisão do companheiro Lula, aqui comemoramos a sua soltura e apontamos ao Brasil que o país poderia ter outro jeito. Isso prova que quando pensamos e agimos coletivamente as coisas tendem a dar mais certo. Esse é o espírito dos CSEs, das Comissões de Fábrica, Cipas, da organização no local de trabalho, é pensar junto. Não poderia deixar de sair honradamente da direção com essa tarefa, de contribuir mais um pouco para que este Sindicato continue sendo exemplo para o Brasil e para o mundo, não só no movimento sindical, mas na política e na construção de uma nova sociedade”, Wagner Santana, o Wagnão, ex-presidente do Sindicato de 2017 a janeiro de 2022. Desde 1987 na Volks, foi cipeiro, Comissão de Fábrica, CSE, integrante do Comitê Mundial dos Trabalhadores na montadora, presidente do Dieese e secretário-geral na base.

“Todo o processo mostra a grandeza e a democracia da categoria. A participação, organização e unidade dos trabalhadores provam isso”, Evandro Dias Sampaio, o Carrapicho, foi CSE na Multibrás de 1996 a 2002 e assessor de base no Sindicato de 2002 a 2018.

“A Comissão atua com idoneidade no processo para garantir eleições democráticas e justas no Sindicato. Contamos com a participação de todos os trabalhadores”, Gerson Dias Pereira, aposentado na Volks desde 2016. Foi da Comissão de Fábrica por dois mandatos e do CSE por quatro mandatos.

“A Comissão tem a responsabilidade de fazer o processo ser extremamente democrático e legítimo. É uma eleição exemplo para todo o país”, Genusia Ferreira de Araújo, trabalhadora na Mercedes desde 2004 e militante na categoria.

“A categoria renova mais uma vez sua diretoria e garante em todo o processo clareza e organização aos fatos. Começamos os trabalhos nessa assembleia e seguimos até a posse em julho”, Nivaldo Nunes Bezerra, o Sapão, CSE na BCS, antiga TRW, desde 2011.