Trabalhadores com deficiência preparam encontro nacional

Debate dia 30 aborda desafios para ampliar e garantir direitos dos trabalhadores com deficiência

As secretarias de Políticas Sociais e Geral da CUT marcaram
para o próximo dia 30 reunião do Coletivo dos
Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência. A proposta
é debater, entre outros temas, a
organização de um encontro nacional do segmento.

Além disso, explica Flávio Henrique de Souza, da
Comissão de Fábrica na Kostal e representante da
CUT no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência (Conade), serão abordados os muitos
desafios que envolvem a questão, seja no âmbito
das empresas ou no próprio movimento sindical.

“Cada vez mais a questão deve estar inserida nas
negociações e acordos coletivos, o que exige
informação e preparo dos trabalhadores, empresas
e sindicalistas”, aponta Flávio.

Para o diretor da Associação dos
Funcionários do Banespa (Afubesp) e membro do Coletivo de
Trabalhadores com Deficiência, Isaías Dias, uma
das grandes dificuldades na negociação com os
patrões é garantir o cumprimento de cotas.

Ele avalia, ainda, que por esse ser um tema relativamente novo nas
negociações salariais, dirigentes sindicais
muitas vezes não possuem o acúmulo
teórico necessário. “A CUT e os
sindicatos precisam aprofundar a formação dos
dirigentes na questão das pessoas com
deficiência”, aponta.

Garantias são poucas, revela o Dieese

Levantamento do Dieese mostra que são poucas as garantias
para as pessoas com deficiência nos acordos e
convenções coletivas de trabalho nos anos de 2004
e 2005. De 204 categorias analisadas, só 72
dispõem de pontos sobre a questão, sendo que 20
asseguram mais de uma cláusula relativa aos deficientes no
mesmo contrato.

A indústria é o setor que apresenta maior
percentual de negociações sobre o tema: quase a
metade delas (43%) assegura direitos.

No setor de serviços, aproximadamente 33% do total das
negociações pesquisadas convencionam
cláusulas desse tipo.

No comércio, três das 19
negociações observadas incluem garantias a
deficientes, enquanto no setor rural apenas uma entre nove unidades
possui alguma cláusula nesse sentido.

A pesquisa identificou, ainda, que o principal objeto da
negociação coletiva sobre trabalhadores com
deficiência é sua
contratação, porém a maior parte
limita-se a reproduzir as normas legais em vigor.

Comissões fazem seminário de
comunicação inclusiva

As comissões temáticas (mulher, combate ao
racismo, jovens e pessoas com deficiência) dos
metalúrgicos do ABC realizarão
seminário para avaliar e debater a continuidade da parceria
de sete meses entre o Sindicato e o Solidarity Center da AFL-CIO
(central sindical norte-americana) para a
produção desta Tribuna Cidadania. O evento
será realizado na próxima sexta-feira, dia 25, na
Sede do Sindicato, às 14h30. Todos estão
convidados.

A Tribuna Cidadania é uma iniciativa pioneira de
comunicação inclusiva no movimento sindical
nacional e internacional, especialmente porque traz uma
versão em braille e outra em letras tipo grande (ampliada)
para pessoas com deficiência visual (cegos ou com baixa
visão).

Para o secretário-geral do Sindicato, Rafael Marques, juntar
num único  período assuntos sobre as
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