Trabalhadores da Fundação Casa estão em estado de greve

A falta de segurança e os baixos salários são os principais motivos que levaram os trabalhadores da Fundação Casa (antiga Febem), em São Paulo, a entrarem em “estado de greve”. A decisão foi tomada no último sábado (7), em assembleia geral da categoria, que envolve trabalhadores do interior, do litoral e da capital do estado.

A pauta de reivindicações conta com 55 itens, entre eles 20% de reajuste salarial, mais segurança no local de trabalho e revisão do plano de cargos e salários. Muitos trabalhadores já pediram demissão devido à situação crítica das unidades.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família (Sintraemfa), Julio Alves, declara que devido à defasagem de funcionários – que chega a 35% –, a instituição não funciona plenamente e o risco de sofrer violência recai sobre os trabalhadores.

“A instituição enquanto propulsora da aplicação das medidas socioeducativas não tem estrutura suficiente e aparelhada para atender. Então, a vítima dos adolescentes vai ser o funcionário que está ali na figura do Estado. É natural que ele (o adolescente) vai agredir o funcionário, vai querer cobrar do funcionário aquilo que ele não tem pra dar. E isso gera rebeliões”.

Entre as pautas da categoria, também está a variação nos salários dos funcionários, que chega a alcançar 85% de diferença no exercício da mesma função. De acordo com o sindicalista, existe na Fundação trabalhadores que ganham menos de R$ 615 – piso salarial do estado de São Paulo.

Os funcionários vêm tentando negociar com os gestores da instituição desde fevereiro – quando enviaram a primeira pauta de reivindicações –, mas não obtiveram retorno até o momento. A próxima assembleia geral está marcada para o dia 28 de maio, quando pode ser decretada greve geral da categoria.

Da Radioagência NP