Trabalhadores da GM de SãoJosé param fábrica e exigem volta dos demitidos e estabilidade

" É um absurdo que os empresários queiram que os trabalhadores paguem pelo preço de uma crise que não foram eles que criaram. Vamos à resistência e cobrar das autoridades uma atitude, porque, até agora, eles não fizeram nada em defesa do emprego " , disse em nota o diretor do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.

Após paralisação de uma hora realizada na manhã desta terça-feira (13), cerca de 3 mil trabalhadores da fábrica da General Motors (GM) em São José dos Campos aprovaram a pauta de reivindicações da categoria, que inclui a exigência de readmissão dos profissionais demitidos da unidade e a concessão de estabilidade de emprego a todos. Para esta última demanda, o sindicato de metalúrgicos local também espera atuação do poder público, por meio de alguma medida que garanta o estancamento das demissões.

As reivindicações passarão ainda pelo crivo dos trabalhadores do segundo turno da fábrica, em paralisação marcada para as 14 horas de hoje. De acordo com o sindicato, a idéia é implementar, a princípio, uma escala de pequenas greves, ao mesmo tempo em que se negocia com a montadora.

Em meio à queda de demanda resultante do agravamento da crise financeira internacional, a GM de São José anunciou ontem a dispensa imediata de 744 trabalhadores temporários, cujos contratos venciam durante o segundo semestre deste ano. Antes, na última sexta-feira, a empresa optou por não renovar os contratos de outros 58 trabalhadores, que venciam naquele dia.

” É um absurdo que os empresários queiram que os trabalhadores paguem pelo preço de uma crise que não foram eles que criaram. Vamos à resistência e cobrar das autoridades uma atitude, porque, até agora, eles não fizeram nada em defesa do emprego ” , disse em nota o diretor do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.

De acordo com a entidade, não havia necessidade de a GM anunciar tais cortes, visto que a empresa teria lucrado muito nos últimos anos, quando as vendas internas de veículos registravam recordes seguidos. ” Eles têm condições de manter os empregos. O que estamos assistindo é mais uma demonstração da ganância dos empresários ” , completou Araújo.

Questionado ainda sobre as propostas de flexibilização das leis trabalhistas, colocada por empresários de vários setores industriais como de fundamental importância para a manutenção dos empregos, o sindicato informou que aceita apenas a redução da jornada de trabalho, sem comprometimento do salário

Valor Online