Trabalhadores denunciam prrática antissindical na Irbas
Protesto parou produção por causa do autoritarismo da fábrica e intransigência na negociação de PLR
Os companheiros na Irbas, estamparia de São Bernardo, pararam a produção por duas horas na manhã de terça-feira(24) para denunciar as perseguições e práticas antissindicais que a fábrica comete.
A gota d’água para a manifestação foi a intransigência da empresa nas negociações de PLR e que acabou custando o emprego do companheiro Sergio Sita, do Comitê Sindical, há um mês. Ele questionou o baixo valor do pagamento e, em represália, foi demitido.
Segundo Juarez Barros, o Buda, diretor do Sindicato, a empresa se aproveita da situação de crise para agir sem transparência e com autoritarismo.
Foi assim quando demitiu 36 companheiros no início do ano, logo após dar por encerradas as negociações de PLR.
“Ela não teve a sensibilidade de ouvir nossos apelos e agiu de forma truculenta e irresponsável ao colocar três dezenas de pais de família no olho da rua”, protestou Buda.
Além de rejeitar a proposta de PLR que a Irbas quer impor, no protesto de ontem os companheiros aprovaram aviso de greve e podem parar se a fábrica não rever sua postura.
“Quando se trata de prática antissindical, a empresa compra uma briga com a categoria”, avisou o dirigente.
Censura
Há algum tempo os trabalhadores também não tem mais acesso à Tribuna Metalúrgica e denunciam que a fábrica as joga fora.
A caixinha onde o jornal era colocado sumiu. “Isso é falta de respeito ao direito de informação. Quem paga pelo jornal são os metalúrgicos”, arrematou Buda.
Segundo ele, o Sindicato apura o sumiço da Tribuna, o que pode gerar uma denúncia ao Ministério Público por crime contra a organização do trabalho e prática antissindical.