Trabalhadores do setor aéreo iniciam operação não colaboração nos aeroportos

Movimento é uma resposta às empresas que oferecem apenas o reajuste igual a inflação e querem mudar a data-base para 1º de abril

Os trabalhadores aeroviários aprovaram, nas assembleias da campanha salarial realizadas pelos sindicatos do setor aéreo em todo o país, a realização de uma operação não colaboração nas companhias aéreas a partir da madrugada desta quinta-feira (2).

O movimento é uma resposta às empresas, que oferecem apenas o reajuste igual a inflação e querem mudar a data-base para 1º de abril. A expectativa dos sindicatos é de que a operação possa ser sentida nos aeroportos a partir dos próximos dias, com atrasos e cancelamentos de voos.

Os aeronautas também realizam movimento de cumprimento das normas e da regulamentação e irão esperar o resultado da reunião com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) no dia 8 de dezembro para decidir pelo início de uma greve nas empresas.

Na tarde desta quarta-feira (1º), os sindicatos e federações de trabalhadores reuniram-se com o SNEA em mais uma rodada de negociação. As empresas, no entanto, não melhoraram sua proposta, o que significa para os trabalhadores aeroviários a decisão de dar início à operação não colaboração a partir de hoje.

Apesar da entrega da pauta dos trabalhadores em setembro, a data-base de aeronautas e aeroviários, em 1º de dezembro, mais uma vez não foi respeitada pelas empresas. A proposta do SNEA de adiamento para 1º de abril foi absolutamente rejeitada nas assembleias, e a decisão já foi comunicada às empresas.

Os sindicatos continuam abertos à negociação com as companhias aéreas, a fim de evitar uma greve, que seria prejudicial aos passageiros, defendendo o aumento real dos salários e a contratação de profissionais para reduzir a sobrecarga de trabalho e evitar o caos aéreo.

Aeroviários e aeronautas lutam por aumento de 15% sobre os salários e de cerca de 30% sobre os pisos, como forma de recuperar o poder aquisitivo perdido a partir da década de 90. Por outro lado, as empresas de aviação regular, representadas pelo SNEA, propõe reajuste igual à inflação medida pelo INPC, e a mudança da data-base de 1º de dezembro para 1º de abril. Já as representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA) propõe reajuste equivalente a 70% do INPC sobre os salários e aumento igual ao INPC sobre os pisos.

Para os sindicatos de trabalhadores, essas propostas são um acinte ao esforço e compromisso de aeronautas e aeroviários, que ao longo dos últimos anos estiveram ao lado das empresas no enfrentamento e na superação de diversas crises, contribuindo para o crescimento e lucro das companhias, que hoje vivem um crescimento espetacular em sua demanda.

Da Fentac/CUT