Trabalhadores e estudantes param a França
Manifestações levaram 2,5 milhões de franceses às ruas ontem contra a precarização e retirada de direitos.
Um balanço realizado pelas centrais sindicais calculou que cerca de 2,5 milhões de pessoas participaram da greve nacional de protesto realizada ontem em 135 cidades da França contra o Contrato do Primeiro Emprego (CPE).
A participação nas jornadas contra o CPE aumenta, na média, entre 500 mil e um milhão de pessoas por ato. Em 7 de março foram às ruas 1 milhão e no dia 18 de março eram 1,5 milhão de participantes.
A manifestação de ontem foi a maior acontecida na França desde o movimento de dezembro de 1995, que obrigou o governo a retirar seu projeto de reforma da Previdência.
Os protestos atuais são liderados pelas centrais sindicais e associações de estudantes franceses. Todos exigem que o governo cancele o CPE. A lei, que deve entrar em vigor em abril, promove uma violenta retirada de diretos dos trabalhadores, permitindo a demissão sem custos para as empresas (justa causa) e acaba com a contribuição dos patrões para a Previdência Social, o que precariza o sistema.
Apesar do amplo repúdio popular ao CPE, o primeiro-ministro conservador Dominique de Villepin voltou a defender ontem a reforma trabalhista e a acusar trabalhadores e estudantes de não aceitar o diálogo.
Só que a proposta do governo é ridícula. Ela se limita a reduzir o período de experiência e introduzir uma entrevista entre o trabalhador o empregador no caso de demissão. É claro que não foi aceita por trabalhadores e estudantes e o impasse permanece.