Trabalhadores entram em greve na Fris Moldu Car

Os trabalhadores na Fris Moldu Car, de São Bernardo, cruzaram os braços ontem pela manhã logo depois de saber que a fábrica havia cortado o convênio médico.

Hoje eles fazem nova assembléia para avaliar os rumos do movimento, que promete ser prolongado.

Na sexta-feira passada os companheiros já haviam aprovado aviso de greve porque a empresa implantou irregularmente a redução da jornada de trabalho com redução salarial. Para tanto, fez um abaixo assinado com duas condições: ou as reduções da jornada e do salário ou a demissão. Além do mais, o pessoal enfrenta outros problemas. A Fris não recolhe obrigações legais como FGTS, INSS e não paga as férias, aumentando cada vez mais os prejuízos dos trabalhadores.

“Os companheiros preparavam uma mobilização para essa semana, mas o corte do convênio foi gota d’água para o início da greve”, explicou Juarez Barros, o Buda, diretor do Sindicato.

Segundo ele, os problemas no recolhimento são antigos e já motivaram outras paralisações.

Em todas elas, a fábrica assinou acordos para regularizar a situação, mas nunca os cumpriu. “O Sindicato sempre se empenhou para viabilizar a fábrica, mas as sucessivas diretorias da Fris nunca cumpriram o acordado. Isso mancha a credibilidade do Sindicato e dos companheiros da Comissão de Fábrica”, afirmou Buda.

Ele alertou que as reduções da jornada e de salário foram jogadas da Fris para financiar a fábrica com dinheiro do trabalhador. “A própria fábrica admitiu que o dinheiro economizado seria para o acerto das férias de alguns companheiros. Não podemos admitir que o trabalhador pague a si mesmo com o próprio direito”, salientou Buda.