Trabalhadores entram em greve na TRW contra demissões

Objetivo da nova paralisação iniciada nesta quarta-feira (28) é pressionar a empresa de Diadema a discutir acordo alternativo à dispensa de 172 metalúrgicos. "A TRW tem capacidade de apresentar uma proposta que solucione o impasse", afirma a direção do Sindicato

Os trabalhadores na TRW entraram em greve na manhã desta quarta-feira (27) para defender os empregos. Em assembléias realizadas na manhã e na tarde de hoje, eles decidiram seguir de braços cruzados até a fábrica negociar um acordo alternativo às dispensas.

Na semana do Natal, a empresa anunciou, por telegrama, a demissão de 172 metalúrgicos. Logo no início do ano, os trabalhadores realizaram um protesto que levou à abertura de negociações com a caegoria. Desde então, o Sindicato se empenha em encontrar uma alternativa, mas esbarra na intransigência da fábrica.

Segundo Davi Carvalho, coordenador da Regional Diadema do Sindicato, as negociações continuam nesta quinta-feira (28), mas desta vez com a pressão dos trabalhadores. “A TRW tem capacidade de apresentar uma proposta que solucione o impasse”, afirmou. Nesta quinta-feira, uma nova assembléia define o rumo do movimento.

Fábrica tem mudanças desde ano passado


O ambiente na TRW começou a se transformar no segundo semestre do ano passado, quando começou a mudar a disposição das máquinas, indicando uma nova estrutura de produção. Aliás, a produção vinha em alta para acompanhar o crescimento do setor. Jornadas de domingo a domingo eram comuns.

Diante disto, o Sindicato e o Comitê Sindical procuraram a fábrica para saber o que ocorria.  As conversas foram interrompidas quando a TRW anunciou as demissões.

“Está todo mundo magoado, chateado com a postura da fábrica”, disse uma operadora de produção, sobre o ambiente de trabalho. Segundo ela, a revolta não é apenas contra as demissões, mas como a fábrica agiu para anunciá-las.

Os companheiros e companheiras foram comunicados por telegrama no dia 20 de dezembro, mas a empresa não esperou o aviso chegar a todos. Na noite de 19 para 20 do mês passado, as chefias ordenaram aos trabalhadores da noite deixar o turno imediatamente. Manteve a empresa fechada no sábado dia 20 e fixou uma lista com os nomes de quem quer demitir.

“Não é legal chegar no trabalho e ver seu nome numa lista de demissão”, disse outra operadora que viveu a situação.

Para um pintor que recebeu o telegrama e tem fé na reversão da dispensa, fica difícil entender como uma produção em alta pode cair de uma vez. “Acho que a gente fazia tanta hora extra para a TRW montar seu estoque e nos enfrentar”, ponderou.

Da Redação