Trabalhadores exigem política de cargos e salários
Mosquito durante assembleia com os trabalhadores
O clima é de indignação entre os companheiros na Magneti Marelli, de São Bernardo, depois da fábrica afirmar que não atenderá a reivindicação e dar por encerrada as negociações sobre a política de cargos e salários.
As conversas em torno dessa pauta duraram pelo menos dois anos e a empresa chegou a colocar no quadro de avisos comunicado que resolveria a pendência, mas fez o contrário.
“A Magneti diz que tem uma política, mas ninguém conhece.
Não há critérios para alguém receber aumento de salário.
Fica a cargo dos chefes premiar um ou outro”, afirma Nilton da Costa Aguilar, o Mosquito, coordenador do Comitê Sindical.
As distorções mais graves são sentidas por pelo menos 50 metalúrgicos transferidos para setores que a fábrica considera indiretos.
Desde a transferência eles tiveram seus salários congelados. A fábrica chama de trapasse essa operação de transferência de trabalhadores.
Discriminação
“Com eles a discriminação é maior”, protesta Mosquito. “Existem companheiros que há mais de cinco anos não recebem um centavo de aumento que não seja o reajuste na data-base”, denuncia ele.
Terceirizar, não! – Para piorar a situação, a fábrica quer resolver o trapasse retornando o pessoal de volta aos setores de origem e terceirizando os setores que diz serem indiretos, como controle de qualidade, afiação de ferramentas, almoxarifado e expedição, entre outros.
“Não admitimos a terceirização. São setores ligados à produção que, segundo a nossa Convenção Coletiva, não podem ser terceirizados”, lembrou Mosquito.