Trabalhadores mantêm greve na Volks

Fábrica se recusa a negociar e não apresentou nada de novo na reunião de conciliação de ontem no Ministério Público do Trabalho.

Volks continua intransigente

A Volks deu uma outra prova que não quer negociar a PLR. Ontem houve uma nova rodada de conciliação no Ministério Público do Trabalho (MPT), mas a montadora não apresentou nada de novo, além do já oferecido anteriormente, de R$ 5.000,00 para 208 mil veículos produzidos, uma meta inatingível.

A fábrica também tentou confundir o pessoal ao soltar comunicado logo após assembléia, afirmando que não haveria a reunião no MPT. Para a Comissão de Fábrica, a intenção da Volks foi desmobilizar o pessoal, que ontem decidiu continuar com o movimento que entrou na terceira semana. Hoje tem nova assembléia às 8h com o pessoal de todos os turnos.

Outra prova de descaso foi a Volks protocolar anúncio de férias coletivas para os trabalhadores da planta de Taubaté a partir de 31 de outubro. Embora não confirmada, existe a possibilidade de férias também para o pessoal nas plantas de São Carlos e Curitiba.

“A Volks age de má-fé ao tentar jogar o pessoal de outras plantas contra nós “, disse Wagner Santana, o Wagnão, diretor do Sindicato. Má-fé, segundo ele, porque, ao saírem de coletivas, esses companheiros não conseguirão alcançar as metas de produção e terão o valor dos respectivos pagamentos da PLR menores.

Pressão por todo lado

Além das intimidações como a confusão sobre a audiência de ontem, o forte aparato de segurança (com centenas de bate-paus, filmadoras, câmeras fotográficas, gravadores e perseguição sistemática aos representantes internos), as chefias ligam para as casas dos trabalhadores. Falam com qualquer pessoa da família para dizer que a greve terminou.

Para Wagnão, a pressão psicológica atinge não só o trabalhador, mas sua família. “Isso é constrangimento, é coerção”.

A Comissão de Fábrica lista os cuidados que o trabalhador deve tomar:

1) A greve começou e só terminará em assembléia no pátio. Não tome conhecimento dos telefonemas;

2) Nunca fique sozinho no setor, porque isso facilita a pressão do chefe;

3) Não aceite provocação de estranhos. Tem gente querendo tumultuar;

4) Siga apenas as orientações da Comissão e do Sindicato.